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Lupi assume Trabalho e rejeita mudanças na CLT

Novo ministro diz que não aceita redução dos direitos dos trabalhadores: ´O que temos que discutir é a quantidade de impostos que as empresas pagam´

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Por Agencia Estado
Atualização:

O novo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, assumiu nesta terça-feira, 3, o cargo rejeitando qualquer mudança na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ele afirmou que não aceita, como "historicamente" sempre fez o seu partido, o PDT, a redução dos direitos dos trabalhadores. "Porque que a discussão tem que ser sempre para retirar direitos dos trabalhadores?", disparou o ministro. Após uma cerimônia concorrida de transmissão de cargo no prédio do Ministério, Lupi apontou a reforma tributária como a solução para incentivar as empresas a contratarem mais empregados com carteira assinada. "O que temos que discutir com profundidade é a quantidade de impostos que as empresas pagam", afirmou o ministro. Para Lupi, os governos (federal, estaduais e municipais) têm que aceitar algum tipo de redução de arrecadação fiscal para que possa avançar a negociação de uma reforma tributária. "Quem é que quer perder receita? Ninguém. Mas eu faço o seguinte raciocínio: será que haverá perda de receita tendo mais gente empregada com carteira assinada. Eu garanto que não.", defendeu o ministro. Ele acrescentou que com o aumento da formalização de mão-de-obra certamente os cofres públicos terão uma compensação de uma eventual perda fiscal com a redução de impostos. As palavras do novo ministro indicam que, dificilmente, avançará uma discussão sobre reforma trabalhista em sua gestão. Nesse contexto, também a proposta de reforma sindical, encaminhada ao Congresso Nacional pelo governo Lula ainda no primeiro mandato após o Fórum Nacional do Trabalho, tem poucas chances de ser ressuscitada. O discurso de Lupi, durante a cerimônia, foi marcado por citações sobre os fundadores do PDT, como o ex-governador Leonel Brizola, falecido em 2004, o idealizador das regras da CLT, o ex-presidente Getúlio Vargas. "O PDT do dr. Brizola, paixão da minha vida, algo que não tenho vergonha de dizer, está aqui sem medo de defender suas posições e não podemos discutir reformas pela ótica de ganha mais neste País", discursou o ministro.

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