Maluf depõe no inquérito sobre o Caso Jersey

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Por Agencia Estado
Atualização:

Intimado a depor, nesta segunda-feira, no inquérito civil que investiga o Caso Jersey - suposta existência de fundos dos quais seria beneficiário no paraíso fiscal do Canal da Mancha -, o ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) não poderá desfrutar do privilégio concedido a seus familiares na semana passada. Por determinação da direção do Ministério Público Estadual, o pepebista está proibido de estacionar seu carro na garagem do prédio da Promotoria de Justiça da Cidadania na Rua Minas Gerais, 316. Maluf também terá de apresentar comportamento exemplar diante do promotor Silvio Antonio Marques, que conduz o inquérito. "Se ele (Maluf) ofender o promotor, sairá algemado da sala de depoimentos", adverte um dos seis policiais militares escalados para cuidar do incomum esquema de segurança montado para receber o ex-prefeito. O clima tornou-se mais tenso ainda com a divugação de notas pela assessoria de Maluf, nas quais ele sustenta ser vítima de "perseguição" e compara a atuação dos promotores a "atos terroristas" e "métodos nazistas". Maluf não aceita o fato de o Ministério Público ter intimado sua mulher, Sylvia, os filhos e a nora Jacquellini, casada com Flávio Maluf, que também está intimado a depor amanhã. Para o ex-prefeito, sua família está sendo submetida a "humilhante exposição pública". Os familiares de Maluf puderam estacionar na garagem da Promotoria da Cidadania. A permissão foi concedida pelo promotor Silvio Marques, acolhendo pedido da defesa. Mas a autorização especial foi cortada para Maluf e Flávio pelo Centro de Apoio Operacional à Execução (Caex), órgão subordinado à Procuradoria Geral de Justiça. O argumento oficial é o uso da garagem, amanhã, pela Escola Superior do Ministério Público, que também funciona no prédio. Mas o fator decisivo para cortar o privilégio foram as notas à imprensa, consideradas "ofensivas". A estratégia da defesa será idêntica à dos outros depoimentos: pai e filho deverão permanecer calados, invocando direito constitucional. Depois, o ex-prefeito deverá divulgar nota atribuindo, outra vez, a investigação ao fato de estar liderando as pesquisas de intenção de voto para o governo do Estado. Maluf disse ter em mãos pesquisa em que aparece com 25% a 28% de preferência.

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