A embaixada da China no Brasil vai completar dois meses sem um representante oficial. O embaixador Yang Wanming deixou o cargo em 5 de março, após três anos no País e uma relação conturbada com a família do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Diplomatas atribuem a vacância à pandemia e negam ruídos políticos. Mas o presidente da Frente Parlamentar Brasil China, deputado Fausto Pinato (PP-SP) está preocupado.
Ele enviou uma carta ao governo chinês pedindo urgência na indicação. "Tal cargo é estratégico para o avanço das relações entre os dois países", escreveu.
No período no qual o Itamaraty estava sob o comando do ex-ministro Ernesto Araújo houve conflitos entre o governo brasileiro e a China. Em março de 2020, o ex-chanceler saiu em defesa do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) após o filho do presidente postar uma mensagem no Twitter que culpava a China pela pandemia da Covid.
Na ocasião, o perfil oficial da embaixada chinesa protestou contra o deputado e disse que ele havia contraído "vírus mental". O então chanceler classificou a reação da embaixada de "desproporcional", disse que feriu "a boa prática diplomática" e pediu retratação por parte do embaixador, Yang Wanming, que ignorou a sugestão.
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