
Ministro do Turismo de Dilma e de Temer, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) pediu demissão do cargo. A informação foi confirmada pelo Palácio do Planalto. Ele foi citado na delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e teria recebido propina de R$ 1,55 milhão entre 2008 e 2014.
A decisão pegou alguns membros governo de surpresa. No Ministério do Turismo, o clima é de aparente normalidade. Funcionários não souberam informar se o ex-ministro está no prédio e ainda não há previsão de que ele se manifeste. Alves ligou para o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) hoje, pela manhã, para avisar da decisão. Deixando o Ministério, ele perde o foro privilegiado. A última vez que tentou se eleger a um cargo que garantiria essa condição foi em 2014, quando se candidatou ao governo do Rio Grande do Norte, mas perdeu para Robinson Faria (PSD). A informação sobre uma possível saída de Alves do governo foi antecipada pela coluna Direto da Fonte.
Henrique Alves é o terceiro ministro do governo interino de Michel Temer a sair do cargo. Romero Jucá se licenciou do Planejamento e Fabiano Silveira pediu demissão da Transparência. Ambos haviam sido citados em gravações de Machado. Sobre a citação na delação, o agora ex-ministro do Turismo afirmou que todas as doações para as campanhas dele foram oficiais. Disse, ainda, que as prestações de contas foram aprovadas e estão disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral.
Em março deste ano, Alves já havia pedido exoneração do cargo por considerar que o "diálogo" com o governo Dilma havia se "exaurido", na mesma época em que o PMDB anunciou rompimento com o PT.
Documento
Leia a carta de demissão