A tentativa do governo de leiloar um trecho da Ferrovia Norte-Sul até o fim deste ano deve naufragar. O procurador Júlio Marcelo pediu para atuar no processo que tramita no Tribunal de Contas da União (TCU). A expectativa do Palácio do Planalto era de que o plenário da Corte de contas autorizasse a concessão na próxima quarta-feira, 15. Mas o procurador sinalizou ontem que não vai devolver o processo a tempo de ser votado nessa data. Júlio Marcelo tem direito a ficar 30 dias com o caso no seu gabinete, o que acendeu a luz amarela no governo.
Já era. Pelo histórico do procurador Júlio Marcelo, a expectativa no TCU é de que ele peça várias diligências, atrasando ainda mais o calendário do governo. E, mesmo que surpreenda e devolva o processo na próxima quarta sem nenhuma observação, o caso só será pautado no dia 22.
Virou pesadelo. Sem saber que seria atropelado, o Planalto decidiu acatar todas as mudanças da área técnica do TCU justamente para concluir o processo até quarta. Michel Temer sonha em encerrar o mandato fazendo um leilão de ferrovia, o que não ocorre no País há 11 anos.
Spin doctor. Cientes que a versão é maior que o fato, as campanhas presidenciais se mobilizaram para divulgar suas versões do debate de ontem na Band nas redes sociais. A estratégia visa atingir quem não viu o confronto.
Não cola. No Congresso, o discurso para aumentar os próprios salários está pronto. Deputados e senadores vão justificar que não estão se beneficiando, já que o aumento é para a próxima legislatura. O que não contam: 90% deles tentam a reeleição.
Prazo. O Regimento Interno da Câmara prevê que a Mesa Diretora da Casa ou qualquer deputado tem até a primeira sessão ordinária, marcada para a semana que vem, para apresentar uma proposta de reajuste, mas há brechas. Em 2014, o reajuste foi aprovado em dezembro em apenas três dias. Assim como os ministros do Supremo, os deputados também querem um salário de R$ 39,2 mil.
Nem vem. A cúpula do MDB tenta colar em Henrique Meirelles a imagem de que seria "fruto do Lula". O presidenciável do partido não gostou: "Sou fruto da minha história", rebate.
Mini-Dilma. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ganhou o apelido de "aprendiz de Dilma" de uma ala da executiva do partido, que a descreve como centralizadora e autoritária.
Tarefas. O presidenciável tucano Geraldo Alckmin marcou para terça-feira uma reunião com os nove partidos que o apoiam para discutir o espaço de cada um na campanha. A divisão já deve indicar o papel que cada um terá no seu eventual governo.
O voto une. O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) escolheu o pastor Manoel Ferreira (PSC), da Assembleia de Deus, para ser suplente na sua chapa à reeleição. A dobradinha chamou a atenção nos dois partidos pela falta de afinidade no discurso da dupla.
CLICK. Eduardo Bolsonaro, filho do candidato do PSL ao Planalto, Jair Bolsonaro, aproveitou a ausência de Rodrigo Maia para presidir parte da sessão de quarta, 8.
Acessibilidade. O ministro Luiz Fux, do TSE, recebeu sugestão de pessoas com deficiência visual de incluir nas urnas eletrônicas dispositivo de voz que lhes garanta certeza de que votaram corretamente. Fux disse que para 2018 não daria tempo, mas que deixaria a demanda para o sucessor.
Livre estou. O ex-senador Demóstenes Torres foi absolvido também da acusação de contratar funcionário fantasma. "Mais uma decisão que vai desfazendo uma injustiça", diz o criminalista Ticiano Figueiredo.
PRONTO, FALEI!
"Os números são o termômetro da insegurança e o tormento da sociedade. Eles nos impõem derrotar o medo e o populismo autoritário", sobre os dados de violência", DO MINISTRO DA SEGURANÇA PÚBLICA, RAUL JUNGMANN.
COM REPORTAGEM DE NAIRA TRINDADE E JULIANA BRAGA
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