A pré-candidata do PT ao governo de São Paulo, Marta Suplicy, inicia pela região de Presidente Prudente, no interior do Estado, participação num ciclo de 19 seminários que acontecem até o dia 19 de abril. Sua estratégia é recolher subsídios para formalizar a plataforma de campanha para o governo do Estado e pedir apoio das bases para a convenção do PT. Na sede regional do sindicato dos bancários ela se reuniu com cerca de 150 petistas de 31 municípios do extremo oeste paulista, região conhecida pelo conflito fundiário e pela grande concentração de presídios. "Estou aqui para escutar e aprender", disse, ao desembarcar na cidade. Marta contou que pretende recuperar o tempo em que deixou de percorrer as regiões do interior, depois da campanha de 1998. "A partir de agora vou estar mais presente nos municípios paulistas. Sei das causas comuns, como saúde e educação, mas preciso me inteirar das particularidades, como é o caso da demanda fundiária nesta região oeste de São Paulo, onde é preciso apoiar o pequeno e médio produtor." Ao ser questionada sobre manifestação pública contra os fazendeiros do Pontal em 1996, preferiu encerrar a entrevista. Naquele ano, Marta Suplicy se reuniu, no Pontal, com integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), de um lado da estrada, em frente a fazenda Santa Irene, em Sandovalina. Do outro lado estavam cerca de 100 fazendeiros, aos quais ela se dirigiu dizendo que era preciso expulsar os latifundiários improdutivos. Agora, quando aparece como líder de pesquisa da corrida eleitoral estadual em 2006, os fazendeiros estão inquietos. O presidente nacional da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, no momento da visita da Marta a Prudente, foi à rádio Prudente AM para dizer que a classe agropecuária está em pânico diante da possibilidade dela se eleger governadora. Sem ouvir o rádio e junto a correligionários, Marta não escondia a satisfação com o resultado da pesquisa Ibope, divulgada nesta sexta-feira, onde aparece como líder da corrida eleitoral em São Paulo. Na avaliação da ex-prefeita, a opinião popular reflete o trabalho dela na administração da capital paulista.