Mercadante diz que fica na liderança do PT

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Por CAROL PIRES
Atualização:

O senador Aloizio Mercadante (SP) disse que ficará na liderança do PT a pedido da maioria dos senadores da bancada. "Minha vontade era sair da liderança, mas não vou agravar a crise na bancada", disse o senador, após reunião do partido que contou com sete dos 12 senadores da bancada. Ontem, porém, Mercadante afirmou que colocaria o cargo de líder do PT à disposição do partido caso fosse obrigado a nomear os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Roberto Cavalcanti (PTB-PB) para assumirem as vagas da base aliada no Conselho de Ética. Mas, segundo o líder, ninguém se manifestou a respeito. "Se algum senador tiver alguma sugestão para me dar sobre este assunto, imediatamente vou abrir votação para eleger um novo líder", disse. A indicação de Romero Jucá e Roberto Cavalcanti para o Conselho de Ética estava sendo articulada pela base aliada ao governo para evitar que os senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e Ideli Salvatti (PT-SC), suplentes no Conselho de Ética, tivessem que se manifestar quanto às ações que foram movidas contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).Delcídio Amaral e Ideli Salvatti concorrerão à reeleição ao Senado no ano que vem, e, ao mesmo tempo em que não gostariam de contrariar a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pedir a abertura de processo contra José Sarney, temiam ser criticados pelo eleitorado por não terem defendido a investigação contra o presidente do Senado. Os dois senadores votaram pelo arquivamento das ações contra Sarney na reunião de hoje do Conselho de Ética, mas não participaram da reunião do PT hoje.Na reunião do Conselho de Ética, que se estendeu por toda a tarde, Mercadante mais uma vez entrou em conflito com a bancada. Segundo o senador Delcídio Amaral, Mercadante teria ficado incumbido de ler a nota do presidente do PT, Ricardo Berzoini, orientando a bancada a votar pelo arquivamento das ações contra Sarney, mas, em cima da hora, pediu para outro senador lê-la em seu lugar. "Não li a carta porque seria hipocrisia", justificou. "O preço político que o PT está pagando é muito grande. Essa não é a posição política melhor para a bancada, mas falou mais alto a posição partidária", disse Mercadante.

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