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Itamaraty volta a publicar revista censurada no governo Bolsonaro

Chanceler Mauro Vieira escreve apresentação da edição e diz que é preciso romper com ‘silêncio imposto aos jovens colegas’

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Foto do author Alex Braga
Atualização:

O Ministério das Relações Exteriores lançou nesta quinta-feira, 21, a nova edição da Revista Juca, periódico anual produzido pelos alunos do Curso de Formação em Diplomacia do Instituto Rio Branco. Durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL), a publicação foi suspensa para não veicular possíveis pensamentos divergentes aos do então chefe do Executivo.

Com artigo das últimas seis turmas distintas que ingressaram no Instituto entre os anos de 2016 e 2022, a décima edição da Revista Juca tem por lema “resistência, resiliência e retomada”. Trata-se de ”uma tríade que simboliza não apenas os obstáculos recentes, como pandemias, perdas e dificuldades, mas também nossa busca por maior liberdade criativa e menor rigidez”, escreveu o chanceler Mauro Vieira na apresentação.

Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, escreveu a apresentação da 10ª edição da Revista Juca Foto: Brendan McDermid/Reuters

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Em seu texto, Vieira ainda afirma que a presente edição rompe com o “silêncio imposto aos jovens colegas” durante os “quatro anos anteriores ao terceiro mandato” do presidente Lula. E também, de acordo com ele, respeita “sem ‘moderação’ prévia, o livre pensar dos jovens ‘diplomatas.”

Sobre a edição, o chanceler a descreve como “jovem” e “brasileira”, pois, em sua visão, compila toda a diversidade de conhecimento produzida desde a publicação da última edição, ocorrida em 2018. “Com cara de almanacão da Turma da Mônica ou de prato de restaurante por kilo (com “k” mesmo), com salada, sushi empanado, carne de panela e arroz e feijão, tudo junto e misturado”, compara.

Durante o governo Bolsonaro, o Itamaraty foi marcado por uma fase ideológica, com Ernesto Araújo entrando em embates diretos com parceiros estratégicos do Brasil, como a China, e se alinhando automaticamente com o ex-presidente americano Donald Trump. Mas as rusgas na área ambiental, principalmente com a Europa, provocaram a substituição de Araújo por Carlos França, de perfil mais silencioso e menos ideológico.

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