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Morre o comunista João Amazonas

Por Agencia Estado
Atualização:

Morreu hoje, em São Paulo, o presidente de honra do Partido Comunista do Brasil (PC do B), João Amazonas. Ele tinha 90 anos e estava internado há sete dias no Hospital 9 de Julho, na capital paulista, com infecção pulmonar. De acordo com informações divulgadas pela direção do partido, a morte ocorreu às 15h07. João Amazonas fazia parte da direção do PC do B desde 1962, quando houve a dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em dezembro do ano passado, durante o 10º Congresso do Partido, Amazonas pediu o afastamento do cargo de presidente, sendo substituído por Renato Rabelo. No mesmo encontro, foi eleito presidente de honra. Era o último dirigente histórico do partido, cuja direção foi quase totalmente dizimada pelas forças do regime militar, nos anos 70. Ajudou a organizar a guerrilha do Araguaia, mas não participou do comando militar da operação, que fracassou completamente. Tornou-se o chefe máximo do PC do B após a morte dos dirigentes Maurício Grabois, ocorrida no Araguaia, e de Pedro Pomar, um dos que caíram no episódio conhecido como o massacre da Lapa: em 1976, vários líderes do partido foram cercados pelas forças militares e mortos numa casa na Rua Pio XI, em São Paulo. Na ocasião, João Amazonas se encontrava fora do País, numa visita à Albânia - pequeno país dos Bálcãs, que durante décadas esteve sob o poder do ditador Enver Hoxha e que inspirava os projetos do PC do B. João Amazonas era paraense e filiou-se ao partido comunista em 1935, com 23 anos. Viveu durante três anos no exílio, entre 1976 e 1979. No ano passado, quando pediu o afastamento de sua função, admitiu que não tinha mais condições físicas de exercer seu trabalho. Sofria com dores causadas por osteoporose, tinha problemas de visão e de audição. O líder comunista deixou duas filhas e um filho. O seu corpo será velado na Assembléia Legislativa de São Paulo.

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