Não é necessário Forças Armadas auditarem eleições no Brasil, diz Pacheco

Presidente do Senado defende autonomia da Justiça eleitoral após Bolsonaro voltar a depender papel ativo os militares na disputa

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Por Daniel Weterman
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2 min de leitura

BRASÍLIA –Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro dizer que seu partido, o PL, contratará uma empresa para fazer auditoria nas eleições deste ano e repetir que as Forças Armadas terão papel ativo na apuração dos votos, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou não ver motivo para questionar as urnas eletrônicas nem a revisão das eleições por outro Poder.

“A responsabilidade pelo processo eleitoral cabe a uma Justiça especializada no Brasil, que é a Justiça Eleitoral. A ela cabe a confiança dos brasileiros sobre a higidez do processo de apuração das eleições”, afirmou. “Não cabe a nenhuma entidade privada ou outra instituição a participação na contagem dos votos.”

Mais cedo, o senador havia adotado o mesmo tom em entrevista ao portal UOL. “Temos que confiar na Justiça Eleitoral do Brasil. Não é necessário fazer revisão em outra instância ou por outro Poder. Cabe à Justiça Eleitoral o início, o meio e o fim do processo eleitoral do País.”

Pacheco assumiu nesta sexta-feira, 6, o comando do País como presidente da República interino, após viagem de Bolsonaro, do vice-presidente Hamilton Mourão, e do segundo na ordem de sucessão, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL). Em entrevista no Senado, Pacheco defendeu a autonomia da Justiça Eleitoral e criticou o uso das Forças Armadas e de empresas para auditar o resultado da disputa.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, assumiu interinamente a Presidência República durante viagem de Jair Bolsonaro a para Georgetown, na Guiana. Foto: Wilton Junior/Estadão Foto: WILTON JUNIOR /ESTADÃO

Já o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, autorizou as Forças Armadas a divulgar os documentos com questionamentos ao processo eleitoral. Fachin, em contrapartida, cobrou explicações do Ministério da Defesa sobre a movimentação dos militares no caso, pois a própria pasta classificou os ofícios como sigilosos.

Na quinta-feira, no entanto, a Defesa cobrou do TSE a ampla divulgação das informações. O Estadão revelou que, em oito meses, os militares enviaram ao TSE 88 questionamentos que tentavam apontar vulnerabilidades no sistema.

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