‘Não podemos tolerar um ‘Estado paralelo’ na Amazônia, diz Pacheco

Presidente do Senado cobra atenção para região onde desapareceram o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips

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Por Redação
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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que o País não pode tolerar a existência de um “estado paralelo” na região amazônica, próximo à área onde desapareceram o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips. Como o Estadão mostrou, carteis de drogas de Miami, Medellín e Sinaloa atuam no Alto Solimões, na Amazônia. Naquela região, segundo investigações oficiais, as organizações criminosas operam o transporte de drogas e armas, usando os rios e tirando proveito da baixa presença do Estado.

As comunidades ribeirinhas nas margens do Rio Itaquaí, que deságua no Javari, afluente do Solimões, são afetadas pela atuação do tráfico. Pereira e Phillips percorriam comunidades locais no último dia 5 em direção ao município de Atalaia do Norte quando desapareceram.

Policiais federais chegando no porto de Atalia do Norte após buscas na região do Vale do Javari Foto: AP/AP

“Não podemos tolerar um “Estado paralelo” na Amazônia, que pratica crimes como tráfico de armas e drogas, desmatamentos e garimpos ilegais, além de atentados aos indígenas. O Senado contribuirá com o enfrentamento necessário para que o crime organizado não prevaleça na região”, escreveu Pacheco em sua rede social.

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Na segunda-feira, dia 13, Pacheco já havia manifestado preocupação com a segurança da região ao discursar no plenário do Senado. Segundo o senador, caso o assassinato do jornalista e do indigenista venha a ser confirmado será “uma situação das mais graves do Brasil”. “É um estado paralelo comandado por crime organizado de tráfico de drogas transnacional, tráfico de armas, o famoso desmatamento ilegal, que é o nosso maior problema de meio ambiente no Brasil e de imagem do Brasil lá fora, o garimpo ilegal e os atentados aos povos da floresta, aos povos indígenas”, disse. “E não é uma questão política, não é algo que se moverá ou que se fará em torno de críticas ao governo federal de agora ou a outros governos federais”, acrescentou.

Na sessão de segunda-feira, o Senado aprovou criação de uma comissão externa para investigar o caso do desaparecimento.

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