‘Nem picanha nem café’: oposição compartilha música com críticas ao governo Lula; veja

Lançamento de música com críticas ao preço dos alimentos é novo passo dado por políticos bolsonaristas para responder bonés lançados pela comunicação do governo Lula

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Foto do author Gabriel de Sousa

BRASÍLIA – Em um novo capítulo da “guerra dos bonés”, a oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) compartilhou uma música com críticas ao governo do petista nesta sexta-feira, 7. A letra faz referência à frase “nem picanha nem café”, entoada pelos parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em resposta ao acessório utilizado por governistas com os dizeres “O Brasil é dos brasileiros”.

Oposição ao governo Lula lançou jingle para ironizar bonés criados pela Secom Foto: @sostenescavalcante via Instagram

“Nem picanha nem café, só conversa para enganar. Diz que ajuda, diz que cuida, mas só nos faz chorar. Nem picanha nem café, só promessa e confusão. Quem acreditou está aí, esperando a solução”, diz a letra do jingle.

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O deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara, diz que produziu a música. O parlamentar também respondeu o boné dos aliados de Lula com outra peça com os dizeres: “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026″.

Ao Estadão, Sóstenes disse que a oposição vai reagir de forma imediata a cada iniciativa do novo ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Sidônio Palmeira – responsável pela frase do boné usado por governistas.

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“O Sidônio criou o boné, nós copiamos e agora fizemos o jingle como resposta. Para cada ação do marqueteiro milionário do Lula, nós daremos uma resposta”, disse Sóstenes.

O Estadão questionou Sóstenes se a música teria sido feita com ajuda da inteligência artificial (IA) ou por um artista real, além dos custos da produção, mas não obteve retorno.

A “guerra dos bonés” começou no Congresso Nacional no último sábado, 1.°, nas sessões que elegeram os presidentes da Câmara e do Senado. Na ocasião, os ministros licenciados do governo Lula para votar nas eleições do Legislativo usaram bonés azuis – cor relacionada ao Partido Democrata, opositor de Trump nos EUA –, com os dizeres “O Brasil é dos brasileiros”.

Na segunda, ocorreu a resposta da oposição. Além dos bonés, o líder do PL levou embalagens com o rótulo “Nemcafé”, parodiando uma marca famosa de café, e uma foto de Bolsonaro em um pacote de carne com os dizeres: “Picanha Black”.

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No dia seguinte, na terça-feira, 4, o próprio presidente Lula entrou na “briga”. Em um vídeo elaborado pela Secom, apareceu vestindo a peça em um efeito Boomerang. Até a tarde desta sexta, o vídeo teve 2,6 milhões de visualizações e 233 mil curtidas.

Também na terça, a “briga” foi rechaçada pelo novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta terça. “Para mim, boné serve para proteger a cabeça do sol, não para resolver os problemas do País. O que a gente precisa é fazer, e ter a cabeça aberta para pensar em como ajudar o Brasil a ir para frente”, escreveu Motta em publicação no X (antigo Twitter).

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