Guru intelectual do bolsonarismo, o filósofo Olavo de Carvalho publicou um tweet nesta terça, 12, no qual afirma não ter a intenção de "derrubar ministros" no governo de Jair Bolsonaro e ainda mandou um recado para o chefe da pasta da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez:
“Não quero derrubar ministro nenhum. Apenas apresentei pessoas, sem a menor pretensão de influenciá-las (sei que isto é inimaginável para o pessoal da mídia, para quem influenciar é orgasmo). O ministério é do Velez. Que o enfie no c*."
O clima é de apreensão no MEC após funcionários ligados ao professor deixarem a pasta. Como publicou o Blog da Renata Cafardo, há temor de que Vélez seja demitido – o ministro e o presidente Bolsonaro tem hoje mais uma reunião para tratar da crise interna no órgão.
Olavo tem feito críticas ao ministro e a seus subordinados em suas redes sociais. As contas do filósofo têm sido recheadas de publicações em tom agressivo e irônico nos últimos dois dias. Além das críticas no âmbito do MEC, nesta terça, ele atacou jornalistas. "Quantos jornalistas, no Brasil, são consumidores habituais de drogas? Sem esse dado, é impossível analisar as ‘ideias’ deles", escreveu.
Para ele, os apontamentos da mídia a respeito dos conflitos de indicações dentro do MEC são "sentimentos subjetivos", e não fatos. "Quando a mídia explica os acontecimentos do MEC como um conflito entre "militares" e "ideológicos", isso é evidentemente uma expressão de sentimentos subjetivos em linguagem arbitrária, não uma descrição nem mesmo falsa da realidade."
As disputas no ministério começaram semana passada, quando o ministro resolveu exonerar funcionários que defendiam políticas de viés ideológico. A mais importante delas, revelada pelo Estado, foi uma carta enviada às escolas pedindo que o slogan de campanha de Bolsonaro (Brasil acima de tudo, Deus acima de todos) fosse lido por crianças e que elas ainda fossem filmadas cantando o Hino Nacional.
Com a repercussão da notícia - Vélez recuou na determinação enviada às escolas - , o ministro deixou os “olavistas” de lado e passou a se aconselhar com um grupo que defende o abandono do discurso ideológico. “Olavistas”, por sua vez, dizem que o grupo é “tucano” e não segue as ideias de Bolsonaro. Os técnicos rivalizam com outros dois segmentos dentro do MEC, o de seguidores de Olavo e o de alguns militares.
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