PUBLICIDADE

Pacheco lê requerimento para abrir CPI do MEC, mas vai segurar instalação para depois das eleições

Presidente do Senado também leu os requerimentos para abrir as comissões do crime organizado e das obras paradas

PUBLICIDADE

Foto do author Lauriberto Pompeu
Por Lauriberto Pompeu
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leu nesta quarta-feira, 6, o requerimento de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ministério da Educação. O ato determina a criação da comissão, mas não garante que o funcionamento se dará imediatamente. Acordo fechado entre Pacheco e líderes do Senado na terça-feira, 5, definiu que a CPI só vai começar no fim do ano, após as eleições. Pacheco leu ainda requerimentos de abertura de outras duas CPIs, a de obras paradas e a que pretende investigar o crime organizado.

A decisão de começar os trabalhos da CPI do MEC após as eleições representa uma vitória para o governo. A comissão tinha o potencial de ampliar os desgastes do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na prática, críticos de Bolsonaro dizem que o adiamento do início da CPI significa que ela nunca vai funcionar. A CPI tem como alvo de investigação o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e os pastores Gilmar dos Santos e Arilton Moura. A atuação dos pastores controlando a agenda do ministro, intermediando encontros com prefeitos e cobrando propina foi revelada pelo Estadão.

O presidente da República Jair Bolsonaro em encontro com os pastores Gilmar dos Santos e Arilton Moura no Palácio do Planalto em 2019 Foto: Marcos Correa / PR

PUBLICIDADE

Apesar de feita a leitura, o colegiado ainda precisa ter seus membros indicados pelos líderes partidários para poder ser de fato instalado. O acordo fechado na terça definiu que as indicações não serão feitas durante o período eleitoral.

Senadores da oposição prometeram recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para forçar a instalação da CPI ainda em agosto. A intenção desse grupo é tentar repetir o que ocorreu com a CPI da Covid, em que a criação da comissão só ocorreu após um recurso judicial e uma liminar do ministro Luis Roberto Barroso. O tribunal está em período de recesso e apenas parte dos ministros poderão atuar. A maioria tem indicado não querer acirrar os ânimos com os demais poderes.

Imagens do pastor Gilmar Santos e família; do ministro Milton Ribeiro e esposa e do pastor Arilton Moura aparecem na bíblia Sagrada confeccionada pela Casa Publicadora Paulista Foto: Reprodução/Estadão

A Polícia Federal abriu inquérito para apurar a atuação dos prefeitos. O caso foi remetido ao STF porque o delegado do caso diz haver indícios de interferência do presidente Jair Bolsonaro nas investigações. Como revelou o Estadão, o gabinete paralelo operado pelos pastores no MEC durante a gestão de Milton Ribeiro teve até relatos de cobrança de propina em ouro ou por compra de bíblias confeccionadas por um dos pastores envolvidos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.