O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, iniciou ontem conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para obter reajuste de 6% para o programa Bolsa-Família. O aumento já tinha sido anunciado pelo ministro na última terça-feira, em viagem a Roma. Criado em outubro de 2004, o Bolsa-Família é o principal programa social do governo, que concede benefícios entre R$ 18 e R$ 172 , de acordo com a renda mensal por pessoa da família e o número de crianças e adolescentes até 17 anos. Hoje, 11,1 milhões de famílias são beneficiadas. "Achamos que o aumento deve ser em torno de 6%, baseado no INPC de alimentos", disse Patrus ao chegar ao Palácio do Planalto para assinatura de contratos de serviços para obras do PAC. Ele não informou, porém, quando o reajuste entrará em vigor. "Quem define isso é o presidente." A equipe econômica avaliará o impacto no Orçamento. A expectativa é que o reajuste seja anunciado até julho, para que a decisão não enfrente questionamentos na Justiça por causa da proximidade das eleições. O aumento anterior havia sido concedido em julho de 2007 e começou a ser pago no mês seguinte, quando o benefício foi elevado em 18,25%. Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) indicam que inflação da camada mais pobre da população está acima da variação de preços das demais classes. A FGV prevê que a tendência deve continuar em razão da pressão dos alimentos. O Índice de Preços ao Consumidor da baixa renda (IPC-C1) subiu de janeiro a maio 4,62% e, em 12 meses, 8,24%.
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