PF prende 21 pessoas na "Operação Dilúvio"

Operação é desenvolvida em oito estados para combater fraudes como sonegação e falsidade ideológica

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Por Agencia Estado
Atualização:

Em mais uma operação conjunta, a Receita Federal e a Polícia Federal iniciaram na manhã desta quarta-feira a "Operação Dilúvio" para desarticular uma quadrilha envolvida no maior esquema já constatado de fraudes no comércio exterior. Policiais devem cumprir mandados de busca e apreensão em empresas e prisões de envolvidos em sonegação de impostos como IPI, ICMS, PIS, COFINS e Imposto de Renda. A operação está sendo desenvolvida principalmente em São Paulo, Paraná e Distrito Federal. As principais irregularidades são sonegação, falsidade ideológica, evasão de divisas e cooptação de servidores públicos. Os agentes cumprirão os mandados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Espírito Santo, Ceará e Pernambuco Desde às 4h desta quarta-feira, um efetivo de cerca de 1.400 policiais federais fazem uma megaoperação na qual devem cumprir mandados de busca e apreensão e efetuarem várias prisões. Presos no Rio de Janeiro A operação já prendeu 21 pessoas, de um total de 23 mandados de prisão, no Rio de Janeiro, um dos oito Estados onde está sendo realizada a operação Dilúvio. Ainda não há informações sobre presos nos demais Estados. A PF conta com o apoio da Receita Federal para executar mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de Paranaguá (PR) e Itajaí (SC) em mais de 200 locais nos estados do PR, SC, SP, BA, RJ, PE, CE, ES e em Miami, nos EUA. As buscas acontecem em residências dos envolvidos, empresas do esquema, principais clientes, depósitos de mercadorias, escritórios de advocacia e de despachantes e colaboradores. O esquema de sonegação A Polícia Federal cumpre também mandados de prisão envolvendo os principais responsáveis pelas fraudes e seus colaboradores diretos e indiretos. Entre os presos estão diretores e sócios de grandes distribuidoras de produtos importados que são clientes do esquema fraudulento de importação, reais beneficiários da "economia" irregular de tributos, servidores públicos federais e estaduais, entre outros. O principal líder do grupo é um empresário paulista que morou no Paraguai e constituiu elevado patrimônio. Nos últimos dez anos, o grupo registrou dezenas de empresas importadoras, conhecidas como "tradings", além de diversas "distribuidoras" que intermediavam as operações de forma a ocultar e a "blindar" o real importador (cliente do grupo), e realizar uma expressiva redução fraudulenta de tributos. Uma das "tradings", criada no inicio do grupo, foi citada no relatório final da CPI da Pirataria do Congresso Nacional, por envolvimento na rede de abastecimento para o esquema de Law Kim Chong. O esquema permitiu a importação de aparelhos eletrônicos, equipamentos de informática e telecomunicações, pneus, equipamentos de ortopedia e luvas cirúrgicas, frutas, embalagens plásticas ou PET, tecidos e vestuários, pilhas e baterias, carros e motos, vitaminas e complementos alimentares, produtos de perfumaria, entre outros. Os principais clientes estão localizados nos estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. A PF divulgará mais detalhes ainda nesta amanhã. Às 12 horas haverá entrevista coletiva, em Brasília, dos representantes da Receita e PF para esclarecer detalhes sobre a operação. Esta matéria foi atualizada às 10h45

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