PMDB oficializa saída do governo da presidente Dilma
Decisão foi tomada durante reunião rápida em Brasília
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Reunião da Executiva Nacional do PMDB em que o partido decidiu deixar o governo Foto: Dida Sampaio/Estadão
Em menos de cinco minutos, o PMDB aprovou há pouco, por aclamação, a moção que ratifica o rompimento do partido com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), com a recomendação de entrega imediata dos cargos no governo federal. No encontro, na Câmara dos Deputados, estavam presentes vários caciques do partido, incluindo o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que acatou o pedido de impeachment contra Dilma, avaliado por uma comissão de parlamentares. No entanto, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não participaram da reunião.
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Logo após abrir os trabalhos, o primeiro vice-presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), leu a moção do peemedebista baiano Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Integração Nacional, e informou que havia um entendimento que ela fosse aprovada por aclamação e simbólica, o que ocorreu em seguida. Após a comemoração dos presentes, um grupo gritou, em coro, “Brasil, pra frente, Temer presidente” e Jucá emendou. “A partir de hoje, nessa reunião histórica, o PMDB se retira da base e ninguém no País está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do PMDB”. Juca encerrou o encontro com um “Viva o Brasil” e membros do partido ainda tiveram tempo para entoar um “Fora PT”.
Quem são os ministros do PMDB da gestão Dilma
1 / 7Quem são os ministros do PMDB da gestão Dilma
Henrique Alves - Ministério do Turismo
Henrique Alves foi o primeiro peemedebista a abandonar o governo, após pedir demissão da pasta nesta segunda-feira Foto: Andre Dusek/Estadão
Celso Pansera - Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação
Celso Pansera era um dos ministros que defendia a permanência do PMDB no governo Foto: Antonio Augusto/Agência Câmara
Mauro Lopes - Secretaria de Aviação Civil
Mauro Lopes já chegou a confidenciar: "Se o PMDB deixar o governo, a decisão sobre continuar no cargo é minha" Foto: Divulgação
Eduardo Braga - Ministério de Minas e Energia
Contrário aideia de perder a pasta de Minas e Energia, Eduardo Braga chegou a dizer que "precipitação por impeachment racha partido" Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil
Kátia Abreu - Ministério da Agricultura
Kátia Abreu tem relações pessoais com Dilma e é uma das peemedebistas que podem continuar no cargo Foto: Jose Cruz/Agência Senado
Marcelo Castro - Ministério da Saúde
Marcelo Castro era favorável àpermanência do PMDBcomo aliadodagestão Dilma Foto: Dida Sampaio/Estadão
Helder Barbalho - Secretaria de Portos
Filho do senador Jader Barbalho pode usar leilão de portos do dia 31 para permanecer na pasta ao menos até lá Foto: Dida Sampaio/Estadão
Apresentada pelo diretório estadual da Bahia, a moção que aprovou o desembarque do PMDB do governo pede a "imediata saída do partido da base de sustentação do governo Dilma Rousseff", com "imediata entrega de todos os cargos", mas não estabelece prazo para entrega desses postos.
Na moção, aprovada por aclamação em uma reunião que durou menos de cinco minutos, o partido defende o desembarque do governo Dilma Rousseff, elencando uma série de problemas. Entre eles, as crises "econômica, moral e política" que, na avaliação do diretório estadual baiano, o Brasil vive e as "escolhas erradas nas ações do governo federal".
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A legenda também considera que, embora Michel Temer seja vice-presidente da República, o partido "nunca foi chamado para discutir soluções econômicas ou políticas para o País". No documento, a legenda cita ainda "escândalos de corrupção" que tiveram participação de integrantes do governo, sem especificar que escândalos são esses.
Os peemedebistas afirmam que a "permanência do PMDB na base do governo fomentará uma maior divisão do partido". Essa divisão ficou explícita na própria reunião de hoje. Peemedebistas da ala governista, como o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, não participaram do encontro.
Na moção, o PMDB considera ainda que a manutenção do partido na base aliada do governo Dilma Rousseff vai "de encontro à pretensão" da legenda de lançar candidato próprio na eleição presidencial de 2018 e "principalmente, o anseio do povo brasileiro por mudanças urgentes na economia e política nacional". O partido não cita a palavra impeachment no texto.
"Solicitamos a imediata saída do PMDB da base de sustentação do governo federal com a entrega de todos os cargos em todas as esferas da administração pública federal", conclui o texto da moção aprovada.
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Leia íntegra da Moção
"Moção N 001/2016
A Sua Excelência o Senhor
Michel Temer
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Presidente da Comissão Executiva Nacional do PMDB
Senhor Presidente,
Considerando que o Brasil sofre uma das mais graves crises econômica, moral e política de sua história;
Considerando que a crise é resultante, principalmente, de escolhas erradas nas ações do Governo Federal;
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Considerando que o PMDB, embora tenha o Vice Presidente da República e formalmente participe da base do governo, nunca foi chamado para discutir soluções econômicas ou políticas para o país;
Considerando as graves denúncias de participação de integrantes do Governo Federal em escândalos de corrupção;
Considerando que as bases e a militância do PMDB já não concordam integrar o governo da Presidente Dilma Rousseff;
Considerando que a permanência do PMDB na base do governo fomentará uma maior divisão no partido;
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Considerando que a manutenção do PMDB no governo vai de encontro à pretensão do partido de lançar candidato próprio na eleição presidencial de 2018;
Considerando, principalmente, o anseio do povo brasileiro por mudanças urgentes na economia e na política nacional;
Solicitamos a imediata saída do PMDB da base de sustentação do Governo Federal, com a entrega de todos os cargos em todas as esferas da Administração Pública Federal.
Delegados do Diretório Estadual do PMDB da Bahia."
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Conheça os artistas que são a favor e contra a saída de Dilma
1 / 14Conheça os artistas que são a favor e contra a saída de Dilma
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Lobão - Favorável ao impeachment
Entusiasta da esquerda nos anos 80 e 90, Lobão chegou a apoiar a eleição de Lula em 2002. No entanto, o músico foi mudando de lado com o tempo e atual... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
Danilo Gentili - Favorável ao impeachment
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Susana Vieira - Favorável ao impeachment
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