BRASÍLIA – Um grupo de indígenas foi contido com uso de gás de pimenta pela Polícia Legislativa depois de ocupar, na tarde desta quinta-feira, 10, o gramado em frente ao Congresso Nacional. A área costuma ser fechada a manifestações por questões de segurança.

O deputado distrital Fábio Felix (PSOL), que acompanhava a manifestação, postou um vídeo sobre a manifestação e reclamou da ação policial. É absurda a repressão policial”, escreveu o político.
A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), que é indígena e estava participando da manifestação, alega ter sido atingida pelo gás de pimenta atirado pela Polícia Legislativa. Em um vídeo publicado nas redes sociais dela, Xakriabá briga com os policiais ao falar que era parlamentar e, mesmo assim, foi ferida.
“Eu sou deputada, porque você jogou spray de pimenta em mim? Meu olho está morrendo de dor”, gritou a parlamentar no vídeo publicado nas redes sociais.
Em nota, a Câmara afirmou que cerca de mil indígenas romperam a linha de defesa da Polícia Federal do DF, derrubando os gradis e invadindo o gramado do Congresso.
Ainda segundo a Casa, a situação foi controlada e o policiamento da Câmara e do Senado foram reforçados.
“O acordo com o movimento indígena, que reúne lideranças de diferentes etnias do país, era que os cerca de 5 mil manifestantes chegassem apenas até a Avenida José Sarney, anterior à Avenida das Bandeiras, que fica próxima ao gramado do Congresso. Mas, parte dos indígenas resolveu avançar o limite”, disse a assessoria da Câmara em nota.
Já a Secretaria de Polícia do Senado afirmou que devido a um “avanço inesperado” dos indígenas, teve que contê-los “sem grandes intercorrências”. “Ressaltamos que a dissuasão foi realizada exclusivamente por meios não letais e a ordem foi restabelecida”, disse.
A Presidência do Congresso Nacional reforça seu respeito aos povos originários e a toda e qualquer forma de manifestação pacífica. No entanto, é indispensável que seja respeitada a sede do Congresso Nacional e assegurada a segurança dos servidores, visitantes e parlamentares.
Indígenas de todo o País se reuniram em Brasília ao longo da semana, no Acampamento Terra Livre (ATL), para pedir a proteção de seus direitos à terra.