Policiais baianos discutem nova greve

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Por Agencia Estado
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O pesadelo vivido pelos baianos em julho, quando Salvador passou 13 dias despoliciada, pode se repetir no inicio do próximo ano. Policiais civis e militares vão se reunir na sexta-feira para discutir uma nova greve alegando que o governo do Estado se recusa a atender as 29 reivindicações da categoria, principalmente o piso salarial de R$ 1,2 mil, motivo da paralisação anterior. "Quando encerramos a greve de julho, fixamos o prazo de 31 de dezembro para que o governo baiano apresentasse uma contra-proposta satisfatória às nossas reivindicações e isso, até o momento, não ocorreu", afirmou hoje o sargento Manuel Isidoro de Santana, um dos líderes dos policiais militares. Segundo ele, "a tropa está enfurecida com o descaso e a falta de respeito para com os policiais que têm pautado os atos do governo". Comissão Há um mês durante uma assembléia de avaliação da mobilização dos policiais civis e militares, um grupo de oficiais da PM, inclusive o comandante da corporação, tenente-coronel Jorge Luís de Souza Santos, apareceu na reunião. "Os oficiais disseram que nós poderíamos indicar representantes para integrar a comissão que estuda as melhorias para a polícia, inclusive a reforma do estatuto da PM, mas nenhum do comando do nosso movimento foi admitido nessa comissão", reclamou Santana. Ele acusa a cúpula da polícia baiana de incentivar uma nova paralisação com atitudes desse tipo. "Talvez o próprio governador César Borges (PFL) não tenha conhecimento dessa atuação desastrosa dos seus comandados", disse. Mediador Na assembléia de sexta-feira os policiais pretendem escolher dias específicos para a nova greve. "Pode ser numa festa de largo como a Lavagem do Bonfim, por exemplo, que se realiza em janeiro", contou Santana. Além disso, eles vão elaborar um novo documento com as reivindicações e enviar cópias para o Ministério da Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho e o presidente da República. "Nossa intenção é avisar antecipadamente o que está acontecendo e pedir um mediador do governo federal que possa nos ajudar a negociar com o governo estadual", disse. A greve de 13 dias dos policiais baianos deixou um rastro de destruição em Salvador. Foram registrados 60 assassinatos, 120 lojas saqueadas e pelo menos 150 carros roubados durante o período. A população ficou em pânico, trancada dentro de casa sem poder circular pelas ruas. Somente quando o Exército deslocou forças especiais para fazer o policiamento de Salvador a situação se normalizou. Os policiais decidiram voltar ao trabalho mesmo sem aceitar o aumento escalonado de 21% concedido pelo governo baiano, prometendo uma nova greve caso uma nova proposta não fosse feita ao comando do movimento até o final do ano.

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