
Um autodeclarado humorista e apoiador do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) causou tumulto no evento convocado pelo grupo PSDB Esquerda Pra Valer para discutir democracia e direitos humanos com a presença de integrantes do PT, PV, PSB e PPS.
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Felipe Ferreira, que mantém um canal de vídeos no Youtube com conteúdo de direita e críticas à esquerrda, subiu no palco do evento enquanto o ex-ministro Aldo Rebelo (PSB) falava e, vestido de presidiário, fez uma “performance”.
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“Que o PT e o PSDB nunca mais voltem a governar este País. Viva a Lava Jato”, disse ele. A intervenção foi repudiada pela plateia. O deputado Ramalho da Construção (PSDB-SP), chegou a sair do palco para não aparecer ao lado de humorista vestido de presidiário.
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Depois de deixar o local, Ferreira disse que é eleitor de Bolsonaro e que estava ali para “representar milhões de brasileiros” inconformados com as denúncias de corrupção.
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“Essa onda (conservadora) passa. É mais fruto de desorientação do que de objetivos”, minimizou Rebelo.
O evento, batizado Convergências pela Democracia e Direitos Humanos, tinha como objetivo criar um ambiente de diálogo entre partidos que há décadas se enfrentam nas urnas para buscar unidade, mesmo que pontual, em oposição à onda conservadora que se espalha pelo País.
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“Temos que juntar todas as forças porque é tempo de resistência”, disse o deputado estadual Carlos Bezerra Jr. (PSDB), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Além dos tucanos e de Rebelo, participaram do ato o vereador Eduardo Suplicy (PT), o deputado Arnaldo Jardim (PPS), o ex-secretário Eduardo Jorge (PV), entre outros.
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Enquanto as lideranças falavam, na platéia circulava um abaixo assinado em favor de uma ação popular para reverter o impeachment e devolver o governo à presidente cassada Dilma Rousseff (PT).
O presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal, reclamou da falta de público. “É necessário fazer mais isso. O comparecimento ainda é escasso”, disse ele.
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Fernando Guimarães, coordenador do Esquerda Pra Valer, leu um manifesto escrito pelo ex-ministro José Gregori e subscrito pelos participantes do ato e outras lideranças, como o senador José Serra (PSDB-SP) e o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
“Não há democracia sem política, desprezá-la ou tentar estingui-la equivale ao absurdo de retirar as equipes dos estádios e deixar somente em campo o juiz em diálogo lúgrube com as traves. Só as ditaduras praticam esse absurdo”, diz trecho do manifesto.
Ao falar sobre combate à corrupção, o texto destaca que hoje “ninguém está acima da lei e, portanto, não é intocável”, mas pede respeito ao estado de direito. “Tanto os apuradores quanto os julgadores devem balizar suas condutas nos limites dos deveres funcionais sem pretensões de salvacionismos hegemônicos”, diz o manifesto.
Segundo Guimarães, a ideia é divulgar e angariar mais apoios ao documento e, a partir dele, realizar novos eventos.