Em pesquisa de opinião que mede o potencial de votos de dez possíveis candidatos nas eleições presidenciais de 2022, apenas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstra ter mais capital político que o atual ocupante do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro.
No levantamento, feito pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), novo instituto de pesquisas da estatística Márcia Cavallari (ex-Ibope), 50% dos entrevistados disseram que votariam com certeza ou poderiam votar em Lula se ele se candidatasse novamente à Presidência, e 44% afirmaram que não o escolheriam de jeito nenhum. Bolsonaro aparece com 12 pontos porcentuais a menos no potencial de voto (38%), e 12 a mais na rejeição (56%).
Não se trata de levantamento que avalia um possível confronto entre Bolsonaro, Lula e outros adversários. Diferentemente de uma pesquisa de intenção de voto, a de potencial busca medir o piso e o teto de aceitação de cada político avaliado.
Em vez de apresentar uma lista de candidatos e pedir ao entrevistado que aponte seu preferido, o instituto cita um nome de cada vez e pergunta se o eleitor votaria nele com certeza, se poderia votar, se não votaria de jeito nenhum ou se não o conhece suficientemente para responder. A soma das duas primeiras respostas - "votaria com certeza" e "poderia votar" - é o potencial de votos de cada presidenciável.
Lula está impedido pela Lei da Ficha Limpa de concorrer em 2022, pois tem duas condenações penais proferidas por órgão colegiado. Seus advogados têm buscado anular as sentenças que envolvem imóveis em Guarujá e Atibaia. Em entrevistas recentes, o petista negou a intenção de se candidatar. (Atualização em 8/3: o ministro Édson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, anulou as condenações e restabeleceu a elegibilidade do petista).
Atrás de Lula e Bolsonaro no ranking do potencial de voto estão Sérgio Moro (31%), Luciano Huck (28%), Fernando Haddad (27%), Ciro Gomes (25%), Marina Silva (21%), Luiz Henrique Mandetta (15%), João Doria (15%) e Guilherme Boulos (10%).
Todos esses–com exceção de Moro, cuja taxa de rejeição é de 50%–são descartados como opção de voto pela maioria absoluta do eleitorado. Empatados tecnicamente comos 56% de Bolsonaro no quesito “não votaria de jeito nenhum” estão Marina (59%), Huck (57%), Doria (57%), Ciro (53%) e Haddad (52%).
A pesquisa do Ipec também mostra em que segmentos do eleitorado os candidatos têm mais apoio. Bolsonaro encontra mais simpatizantes entre evangélicos (53% de potencial de voto), moradores da região Sul (46%) e na faixa de renda entre dois e cinco salários mínimos (45%).
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