O Rio Grande do Norte conta agora com suas versões da proposta para uma “lei anti-Oruam” nos âmbitos municipal e estadual. Projetos de lei para proibir que o poder Executivo contrate artistas ou shows que façam apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas devem ser analisados no Estado nas próximas semanas.
Eles são inspirados em proposta apresentada pela vereadora paulistana Amanda Vettorazzo (União Brasil). Ao apresentá-la, ela afirmou que buscava impedir produções como a do trapper Oruam, filho de Marcinho VP - um dos líderes do Comando Vermelho.
Na primeira semana de fevereiro, o deputado estadual Coronel Azevedo (PL) protocolou sua proposta na mesa diretora da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Além de apologia ao crime e ao uso de drogas, ficariam restritas em shows e eventos abertos também referências a atos sexuais.
No dia 6 de fevereiro, o deputado explicou o projeto em sessão ordinária da Casa. “Estamos assistindo ao aumento de crimes contra jovens e contra as mulheres. Não podemos admitir que tragam artistas fazendo essas apologias”, justificou.
Nesta terça-feira, 18, foi a vez do vereador Subtenente Eliabe, também do Partido Liberal, apresentar sua “lei anti-Oruam” na Câmara Municipal de Natal. No Instagram, ele afirmou tratar-se de uma medida “pelo fim da apologia ao crime em Natal”.
“É preciso valorizar uma cultura que construa, e não que destrua a nossa cidade. Em parceria com a minha amiga e vereadora de São Paulo, Amanda Vettorazzo, trouxemos para Natal essa iniciativa que ela começou lá na capital paulista”, escreveu o vereador.
Amanda Vettorazzo, líder do MBL, protocolou seu projeto no fim de janeiro. Desde então, a vereadora paulistana iniciou uma ofensiva em suas redes sociais para disseminar a ideia.
“Ainda não protocolaram a Lei Anti-Oruam na sua cidade? Comente ‘Oruam’ que eu te mando o link na DM”, escreveu Amanda. Segundo ela, propostas semelhantes já foram apresentadas em 80 municípios brasileiros.
Iniciativas do tipo estão nas Câmaras Municipais das capitais de Minas Gerais, Espírito Santo, Paraíba e, mais recentemente, Rio de Janeiro. Já no Congresso Nacional, os deputados Álvaro Antônio (PL-MG) e Kim Kataguiri (União Brasil-SP), também líder do MBL.
