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MDB resiste a apoiar Leite no Rio Grande do Sul e cria novo impasse para Simone

Executiva do PSDB vai se reunir na quinta-feira para decidir se compõe com senadora ou lança chapa própria

Foto do author Lauriberto Pompeu
Foto do author Pedro  Venceslau
Por Lauriberto Pompeu e Pedro Venceslau
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BRASÍLIA E SÃO PAULO - Um impasse entre o MDB e o PSDB no Rio Grande do Sul pode atrasar a definição de um acordo nacional entre as duas legendas. O diretório gaúcho do MDB resiste a apoiar o PSDB e mantém a intenção de lançar o deputado estadual Gabriel Souza como candidato a governador. O apoio ao PSDB no Estado é a principal condição para que os tucanos avalizem a pré-candidatura presidencial da senadora Simone Tebet (MDB).

A cúpula nacional do PSDB deu prazo até esta quarta-feira, 8, para que o MDB anuncie o apoio no Estado. Também foram cobradas alianças no Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Minas Gerais, mas o presidente do PSDB, Bruno Araújo, admite que, caso um acordo no Rio Grande do Sul tenha sucesso, a aliança nacional será destravada. A ideia é que Gabriel Souza seja candidato a vice na chapa encabeçada pelo ex-governador gaúcho Eduardo Leite ao Palácio Piratini. Até agora, porém, Souza resiste a esse acordo.

Pré-candidata do MDB ao Planalto, Simone Tebet busca apoio do PSDB Foto: Wilton Junior/Estadão

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Em entrevista à CNN nesta terça-feira, o parlamentar afirmou que não pretende desistir da pré-candidatura ao governo gaúcho. “Não pretendo abrir mão da candidatura. Não tenho nenhum tipo de plano de mudança e sigo com uma agenda de candidato”, disse Souza.

A declaração foi feita após o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, pedir ao dirigente da legenda no Rio Grande do Sul, Fábio Branco, que se empenhe nas conversas com o PSDB para uma aliança local.

Os tucanos marcaram para a próxima quinta-feira, 9, uma reunião da Executiva Nacional. O encontro vai decidir se o PSDB apoiará Simone ou lançará chapa própria. No caso do apoio à senadora naufragar, o favorito para assumir a candidatura tucana é o próprio Eduardo Leite. Caso a aliança vingue, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) é o nome cotado para vice de Simone.

“Não posso falar sobre data dada pelo PSDB, estou falando da construção que tem que ser feita internamente. Isso não é uma coisa que se resolve de um dia para outro simplesmente com a decisão de uma, duas ou três pessoas. Isso é uma construção e está sendo conversado para ver qual o caminho”, disse ao Estadão o ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto (MDB).

Coordenador do programa de governo de Simone, Rigotto vai se reunir ainda nesta terça-feira, 7, com Leite e com o presidente do MDB gaúcho, Fábio Branco. A reunião foi cobrada pelo presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, e por Simone e tem como objetivo acelerar a resolução do impasse. Apesar disso, a expectativa é de que um acordo não deve sair dentro do prazo pedido pelos tucanos.

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Na avaliação de Rigotto, “é natural” a pressão dentro do MDB para que haja uma candidatura própria ao Palácio Piratini. “O MDB sempre teve candidato a governador. Dos dez governadores eleitos após a redemocratização, quatro foram do MDB”, disse ele.

Apesar disso, o ex-governador afirmou que um acordo com o PSDB se torna menos difícil se Leite admitir a candidatura a governador do Rio Grande do Sul, algo que ele ainda não fez. Com a expectativa de ser candidato à sucessão do presidente Jair Bolsonaro, o tucano deixou o governo do Estado no fim de março. Como não houve acordo para sua entrada no páreo, e o ex-governador João Doria ainda não havia desistido de concorrer, Leite interrompeu as articulações nacionais e se concentrou novamente na política gaúcha.

O MDB e o PSDB são adversários históricos no Rio Grande do Sul, mas se aproximaram quando Leite era governador e Souza, presidente da Assembleia Legislativa.

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