Quem vai, quem quer ir e quem não vai à posse de Trump; veja

Ministro Alexandre de Moraes, do STF, negou devolução de passaporte de Bolsonaro, e ex-presidente está impedido de viajar para participar da cerimônia

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Foto do author Rayanderson Guerra
Atualização:

RIO –O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não vai comparecer à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou, nesta quinta-feira, 16, mais uma vez, devolver o passaporte do ex-chefe do Executivo e não autorizou a viagem dele para a cerimônia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também não estará presente e será representado pela embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, de acordo com a Secretaria de Comunicação da Presidência.

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Moraes ressaltou que há possibilidade de “tentativa de evasão” de Bolsonaro “para se furtar à aplicação da lei penal”. Moraes destacou inclusive que Bolsonaro vem defendendo a fuga do País e o asilo no exterior para os diversos condenados pelos atos golpistas do 8 de Janeiro.

Já Lula não comparecerá ao evento porque os Estados Unidos não costumam receber líderes de governos em posses presidenciais. Por exemplo, na posse de Barack Obama, em 2009, nenhum presidente de país estrangeiro foi convidado. Os convites são direcionados aos embaixadores.

“Cabe esclarecer que, por costume local, são convidados para as posses dos presidentes dos Estados Unidos os embaixadores”, informou a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom).

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Nas redes sociais, Lula parabenizou Trump logo após o resultado das eleições no ano passado. No comunicado, o presidente afirmou que a democracia é “a voz do povo” e que ela deve ser “sempre respeitada”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro está com o passaporte retido pela Justiça. Antes da decisão desta quinta-feira, Moraes pediu que o ex-presidente comprovasse que está na lista de convidados. “A mensagem foi enviada para o e-mail do deputado Eduardo Bolsonaro por um endereço não identificado (...) e sem qualquer horário ou programação do evento a ser realizado”, escreveu o ministro.

Em resposta, a defesa do ex-chefe do Executivo federal apresentou uma série de capturas de tela para provar que o endereço do remetente está registrado com o mesmo domínio da equipe responsável pelo comitê do republicano.

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República Foto: Wilton Junior/Estadão

O ex-presidente está sem o passaporte desde 8 de fevereiro de 2024, quando foi alvo da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, por suspeita de envolvimento em um plano de golpe após as eleições de 2022. Bolsonaro foi indiciado no caso.

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A apreensão do passaporte é uma medida cautelar para evitar a fuga do investigado durante o inquérito e o processo. Bolsonaro já afirmou, em entrevistas, que se sente “perseguido” pela Justiça e não descarta o refúgio em uma embaixada.

Comitiva de parlamentares

A oposição ao governo Lula organiza uma comitiva de deputados que se mostraram interessados em viajar para o evento que ocorrerá no dia 20 deste mês.

A ida do grupo está sendo organizada pelos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, e Bia Kicis (PL-SP). Até o momento, 39 parlamentares informaram querer acompanhar a cerimônia em Washington, nos Estados Unidos.

Entre os deputados interessados em participar da posse de Trump, oito fazem parte de partidos da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Cinco parlamentares são do União Brasil.

A deputada Mayra Pinheiro (PL-CE), que ficou conhecida como Capitã Cloroquina, é uma que quer participar da cerimônia. A congressista fez parte de uma comitiva da Câmara que acompanhou, em novembro passado, a apuração dos votos das eleições presidenciais nos Estados Unidos. Na ocasião, a deputada publicou em suas redes sociais que estava no país “a convite” do Instituto de Estudos Políticos, que seria vinculado à Universidade George Washington. Embora fale em convite, a presença dela não foi cortesia e a parlamentar usou verba pública para pagar suas despesas.

Ex-secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde no governo Bolsonaro, Mayra Pinheiro Foto: Júlio Nascimento/PR

A participação no programa montado para o acompanhamento da apuração dos votos nos EUA custou 1.740 dólares, o equivalente a R$ 10,4 mil, em cotação do início de dezembro. Deste valor, R$ 9,1 mil foram ressarcidos pela cota, que é uma verba dedicada ao financiamento de atividades diversas dos deputados federais, entre as quais “a participação do parlamentar em cursos, palestras, seminários, simpósios, congressos ou eventos congêneres”, como estipula o Regimento Interno da Casa.

Veja os deputados que demonstraram interesse em acompanhar a posse de Trump

  1. Paulo Bilynskyj (PL-SP)
  2. Gustavo Gayer (PL-GO)
  3. Zé Trovão (PL-SC)
  4. Capitão Alden (PL-BA)
  5. Fernando Máximo (União-RO)
  6. Mayra Pinheiro (PL-CE)
  7. Giovani Cherini (PL-RS)
  8. Cristiane Lopes (União-RO)
  9. Coronel Ulysses (União-AC)
  10. Daniela Reinehr (PL-SC)
  11. Rodolfo Nogueira (PL-MS)
  12. Delegado Caveira (PL-PA)
  13. Dayany Bittencourt (União-CE)
  14. Coronel Fernanda (PL-MT)
  15. Fernando Rodolfo (PL-PE)
  16. Cabo Gilberto Silva (PL-PB)
  17. Coronel Meira (PL-PE)
  18. Marcelo Moraes (PL-RS)
  19. Coronel Chrisóstomo (PL-RO)
  20. Carla Zambelli (PL-SP)
  21. Pastor Marco Feliciano (PL-SP)
  22. Vermelho Maria (PL-PR)
  23. Silvia Waiãpi (PL-AP)
  24. José Medeiros (PL-MT)
  25. Daniel José (Podemos-SP)
  26. Pedro Lupion (PP-PR)
  27. Maurício Marcon (Podemos-RS)
  28. Gilvan da Federal (PL-ES)
  29. Evair de Melo (PP-ES)
  30. Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)
  31. Messias Donato (Republicanos-ES)
  32. Sargento Gonçalves (PL-RN)
  33. Capitão Alberto Neto (PL-AM)
  34. Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
  35. Bia Kicis (PL-DF)
  36. Filipe Barros (PL-PR)
  37. Rodrigo Valadares (União-SE)
  38. Marcel Van Hattem (Novo-RS)
  39. Mauricio do Vôlei (PL-MG)

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