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Renan evita falar sobre prazos de processo de impeachment no Senado

Perguntado se decisão da Casa poderia ser tomada em 48 horas, como ocorreu em 1992, no caso do então presidente Fernando Collor de Mello, peemedebista disse que o impedimento de Dilma 'tem o seu tempo'

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BRASÍLIA - O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), indicou nesta terça-feira, 12, que, se o pedido de admissão de impeachment da presidente Dilma Rousseff passar pela Câmara, não atuará para adiar um pronunciamento pelos senadores sobre um eventual afastamento dela do cargo.

Perguntado se essa decisão do Senado poderia ser tomada em 48 horas, como ocorreu em 1992, no caso do então presidente Fernando Collor de Mello, atual senador pelo PTC de Alagoas, Renan disse que o impedimento de Dilma "tem o seu tempo". "Não devo comentar esses fatos (sobre o prazo), mas tudo na vida tem o seu tempo, o impedimento tem o seu tempo, tem um calendário. Se ele passar na Câmara, ele se submeterá a um calendário no Senado Federal e isso será combinado com o próprio Supremo Tribunal Federal (STF)", disse, na chegada ao gabinete.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) Foto: Andre Dusek/Estadão

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De acordo com ele, o processo contra a presidente terá uma data decisiva, o domingo, 17, e é preciso aguardar a manifestação da Câmara "sem sofreguidão". Por isso, não se pode "antecipar os fatos" por "bom senso e responsabilidade", afirmou. Reportagem publicada pelo Estado no dia 20 de março, revelou que Renan Calheiros, tido como a principal esperança pelo governo para barrar a destituição, já afirmou a interlocutores que não tem condições de impedir o afastamento de Dilma se a Câmara tomar a decisão de admitir a abertura do pedido. Segundo o presidente do Congresso avaliou com interlocutores, se isso acontecer, haverá uma "onda" que certamente resultará na cassação da presidente.

Áudio. Calheiros não quis se manifestar sobre o áudio que foi vazado nessa segunda-feira, 11, com a fala do vice-presidente Michel Temer, beneficiário direto da eventual queda da presidente, discursando como se a cãmara já tivesse aprovado o afastamento da petista. Importante quadro do PMDB, o presidente do Senado declarou que, pela função que ocupa, não deve "comentar esses fatos partidários porque isso exatamente desequilibra".

Limitou-se a dizer que não acompanha o dia a dia do partido porque é preciso preservar o Senado para assegurar o equilíbrio institucional. Calheiros tampouco quis se pronunciar sobre a dura manifestação de Dilma, nesta terça-feira, 12, mais cedo, em que chamou Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de chefes do golpe. O presidente do Congresso admitiu, entretanto, que o Brasil vive um "momento dramático" da história e que todos os atores políticos precisam, mais do que nunca, demonstrar responsabilidade. 

Gim Argello. Renan disse, ainda, não conhecer os fundamentos que levaram à prisão preventiva esta manhã do ex-senador Gim Argello (PTB-DF) na nova fase da Operação Lava Jato. Na legislatura passada, Gim - suspeito de ter recebido propina de empreiteiras investigadas na operação para barrar convocações em CPIs da Petrobras no Congresso realizadas em 2014 - era um dos senadores próximos a Renan.

"Eu não conheço o fundamento, não conheço detalhes da investigação, portanto, não devo comentar esses fatos", disse Renan, lacônico, na chegada a seu gabinete. Também investigado na Lava Jato, Renan resistiu a abrir as duas comissões parlamentares de inquérito na ocasião.

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O presidente do Senado também não respondeu a um questionamento do Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, sobre se teme uma eventual delação premiada de Gim. Disse apenas que não conhece detalhes da investigação. 

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