A retirada da nafta do navio Norma, da Petrobras, encalhado na Baía de Paranaguá desde quinta-feira, deve começar somente na quinta-feira. Os técnicos da empresa holandesa Smitt Américas, responsável pelo trabalho, e da Petrobras querem garantir total segurança. "Os procedimentos para garantir a segurança vão demorar", disse o superintendente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Hamilton Bonatto, que participou de uma reunião ontem à tarde, reunindo também a Defesa Civil e outros organismos ambientais. A previsão é de que o trabalho de transbordo da nafta para o navio Nara demore cerca de quatro dias. Até agora foram retirados o óleo buncker - combustível do navio - e o óleo diesel, que movimenta os geradores. O Norma encalhou a cerca de 1.300 metros do cais do Porto de Paranaguá, depois de bater em uma pedra e ter o casco rompido. Ele levava aproximadamente 20 milhões de litros de nafta para Tramandaí (RS). Danos ambientais não foram avaliados Parte do carregamento vazou no mar. Os danos ambientais ainda estão sendo estudados. Mas hoje apareceu uma tartaruga morta em uma das ilhas do litoral. Ela será analisada por técnicos do Projeto Tamar, em Aracaju. Para evitar outros rompimentos no casco do navio, os técnicos irão carregar os tanques com água assim que a nafta for retirada. Para se prevenir contra novos vazamentos, a Defesa Civil requisitou barcos e pessoas especializadas no combate ao fogo. Por ser altamente inflamável, a nafta pode se incendiar em contato com alguma faísca, provocando explosão. No canal ao redor do navio acidentado foram colocados 7 mil metros de barreiras e outros 11 mil metros foram reservados para uma emergência.Quatro fragatas e cerca de 400 profissionais estarão envolvidos no esquema de segurança armado pela Defesa Civil. Depois da retirada da nafta, o navio será removido para o estaleiro, onde passará por reparos. A operação toda está estimada em cerca de US$ 1,5 milhão. A Capitania dos Portos liberou o tráfego dos navios também durante a noite, regularizando o serviço no Porto de Paranaguá. A restrição continua apenas para um raio de 500 metros em torno do Norma. O Instituto Médico Legal de Paranaguá pode divulgar amanhã o laudo sobre a causa da morte do mergulhador Nereu Gouvêa, ocorrida no dia do acidente do navio, quando ele mergulhava para analisar o estado da embarcação.