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Sarney defende democracia e Judiciário em solenidade de 125 anos da ABL

Pronunciamento do ex-presidente ocorreu dois dias após a reunião de Bolsonaro com embaixadores estrangeiros, na qual o mandatário questionou a lisura da urna eletrônica

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Por Fábio Grellet
Atualização:

RIO — O ex-presidente e acadêmico José Sarney, o primeiro civil a governar o Brasil depois da ditadura militar, defendeu a democracia e o Poder Judiciário na noite de quarta-feira, na solenidade de 125 anos da Academia Brasileira de Letras. Sarney, que desde 1980 ocupa a cadeira 38 da instituição, exerceu a Presidência de 1985 a 1990. Ele foi eleito indiretamente vice-presidente, na chapa encabeçada por Tancredo Neves, escolhida pelo Colégio Eleitoral. Tancredo morreu sem tomar posse.

Em seu pronunciamento na solenidade, o ex-presidente pediu que o País se una em defesa do regime democrático. Também manifestou confiança na lisura das eleições.

Sarney disse que o brasil precisa se unir em torno da defesa do Poder Judiciário 'para que a democracia prevaleça'. Foto: André Coelho/EFE

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“Infelizmente não é só a cultura brasileira que precisa, neste momento, ser defendida”, disse. “Fui o presidente que conduziu a transição democrática, tenho a responsabilidade pessoal de defendê-la. Ela se consolidou pela prática continuada de eleições livres, sob a vigilância segura do Supremo Tribunal Federal.”

Sarney afirmou também que “garantir que o Judiciário exerça em plenitude suas responsabilidades é absolutamente necessário para que a democracia prevaleça”.

“O Brasil precisa se unir em torno desse objetivo”, completou.

O pronunciamento do ex-presidente ocorreu dois dias após a reunião do presidente Jair Bolsonaro com embaixadores estrangeiros, na qual o mandatário questionou a lisura da urna eletrônica e das eleições brasileiras. O chefe do Executivo também atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em comportamento apontado pela oposição como golpista. O encontro teve má repercussão no Brasil e no exterior, gerando críticas e manifestos em defesa do regime democrático.

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