O relator da investigação da violação do painel eletrônico de votação do Senado, senador Roberto Saturnino Braga, informou esta manhã que não vai mais entregar seu relatório na próxima semana, como estava previsto, e que já pediu mais prazo ao presidente do Conselho de Ética, Ramez Tebet. Em discurso feito na tribuna do Senado, Saturnino Braga mostrou-se irritado com notícia publicada hoje no ?Jornal do Brasil? de que ele teria antecipado a assessores sua decisão de pedir a cassação dos senadores Antônio Carlos Magalhães e José Roberto Arruda. Saturnino alertou para a competição que, segundo ele, está havendo nos órgãos de imprensa com o objetivo de criar "um clima mobilizador da opinião pública contra as instituições políticas, de um modo geral". "Isso me leva a pedir mais prazo para apresentar o relatório", disse Saturnino, que admitiu ter comentado com dois de seus assessores a sua tendência pela cassação. Mas agora, diante do vazamento da informação, o senador disse que vai examinar melhor o assunto. "Nossa imprensa está realmente criando um clima de caça às bruxas. E ao perceber isso exijo de um certo recolhimento". O senador disse que na conversa com seus assessores, depois da acareação de ontem, ele reconheceu que como relator não obteve sucesso na tentativa de extrair uma versão mais coerente sobre a violação do painel. Saturnino Braga disse que admitiu a seus assessores que a impressão que ele tinha era de que, de um lado, a ex-diretora do Prodasen, Regina Borges, apresentava uma versão coerente, enquanto os senadores ACM e Arruda deram versões "pontilhadas de incoerências e contradições". Saturnino Braga disse também aos assessores, segundo seu próprio relato, que todos os senadores estavam se sentindo ludibriados, em função das versões de Arruda e ACM, que eram inconsistentes e que diante disso estaria inclinado pela cassação.