PORTO ALEGRE - A presidente Dilma Rousseff manifestou-se pouco disposta a alterar os critérios de reajuste do salário mínimo definidos pelas centrais sindicais e pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, 28, em Porto Alegre.
A metodologia prevê como índice a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes do aumento e mais a inflação do ano corrente. "O que nós queremos saber é se as centrais querem ou não a manutenção desse acordo pelo período do nosso governo", avisou. "E se querem, o que nós propomos é R$ 545."
Dilma também dissociou a discussão do aumento do salário mínimo da correção da tabela do Imposto de Renda. "Não concordamos com o que saiu nos jornais e era dito por várias pessoas, inclusive pelas centrais, que o reajuste, se houvesse, da tabela do Imposto de Renda, fosse feito pela inflação passada", ressaltou a presidente.
"No que se refere a esse reajuste, teria sempre de olhar não a inflação passada, porque isso seria carregar a inércia inflacionária para dentro de uma das questões essenciais que é o Imposto de Renda", completou, para lembrar que "o que foi dado sempre foi uma mudança baseada na expectativa de inflação futura", citando que, nesse caso, o índice é de 4,5%.
Depois de participar da cerimônia pelo Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, na noite de quinta-feira, Dilma permaneceu em Porto Alegre até o início da tarde desta sexta-feira. A presidente dormiu em seu apartamento na zona sul da cidade. Durante a manhã, reuniu-se com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, com quem tratou de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ajuda aos atingidos pela estiagem na zona sul do Estado e ações para garantir o preço mínimo do arroz. À tarde, Dilma tem compromissos em São Paulo.
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