O relatório anual sobre direitos humanos, divulgado na terça-feira pelo Departamento de Estado americano, com duras críticas à política se segurança pública praticada no Brasil, foi considerado "estranho" pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB). "Achei estranho que ele não menciona o assassinato de policiais. É curioso isso. Eu gostaria também de ver o relatório do Departamento de Estado (dos EUA) sobre Guantánamo (base naval dos EUA que abriga prisioneiros - a maioria iraquianos e afegãos -, acusada por entidades de direitos humanos de utilizar tortura e métodos cruéis com os detentos). Vocês não acham justo também?", disse ele, no início da tarde desta quarta-feira, após lançamento do novo programa paulista de Saúde da Mulher. O relatório do Departamento de Estado dos Estados Unidos diz que a violação aos direitos humanos no Brasil segue impune e cita, como um dos exemplos, a ação adotada pelo governo do Estado de São Paulo durante os ataques do PCC. O texto diz que a retaliação policial (por ocasião dos ataques do PCC) foi uma das principais responsáveis pelo aumento do número da morte de civis no primeiro semestre de 2006, em comparação com o mesmo período de 2005. Serra evitou comentar especificamente as ações da polícia contra o PCC, ocorridas na gestão do ex-governador Cláudio Lembo (PFL), mas destacou: "Houve punições para os excessos policiais e vamos continuar nessa batalha permanente."