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Servidores prometem pressão contra reforma da Previdência

Por Agencia Estado
Atualização:

Representantes de entidades dos servidores anunciaram hoje, durante debate organizado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que vão fazer pressão direta sobre os parlamentares para impedir que a reforma da Previdência seja aprovada como propôs o governo. Tentarão cooptar até mesmo mães e avós de parlamentares para o movimento contra dispositivos da proposta, como a taxação dos inativos. "Nos Estados, vamos fazer trabalho de formiga, conversando com deputados, com suas mães e seus avós", disse o vice-presidente do Movimento Nacional dos Servidores Aposentados e Pensionistas, Edson Guilherme Haubert, adepto da tese de que os parentes mais próximos dos políticos vão convencê-los a votar pela derrubada dos pontos polêmicos. No encontro, que reuniu associações da Frente Parlamentar e de Entidades Civis e Militares em Defesa da Previdência Social Pública, Haubert disse que o grupo de radicais do PT contrários à reforma é um forte aliado das entidades. Sem citar nomes, saiu em defesa dos rebeldes petistas liderados pela senadora Heloísa Helena (PT-AL), e os deputados João Batista de Araújo, o Babá (PT-PA), e Luciana Genro (PT-RS). "Os radicais do PT estão apenas defendendo o que o partido sempre defendeu", declarou Haubert. Proposta alternativa Representante da Confederação dos Trabalhadores da Iniciativa Privada, José Carlos Schut, defendeu uma ação mais ousada para constranger deputados e senadores favoráveis à reforma: espalhar nos Estados cartazes com as fotos dos congressistas que apóiam as mudanças nas regras da Previdência. Segundo ele, essa sempre foi a tática dos políticos do PT no movimento de oposição às propostas no Congresso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Vamos botar cartazes nas ruas. Não foi isso que o PT sempre usou para eleger seus deputados?", propôs Schut no encontro. Para o senador Paim, são legítimas e democráticas todas as formas de mobilização das entidades. Crítico da reforma, Paim salientou, no entanto, que o importante agora é elaborar uma proposta alternativa de reforma da Previdência a ser entregue, no dia 2 de junho, ao ministro da Previdência, Ricardo Berzoini. Na próxima terça-feira, o senador e técnicos de entidades vão discutir e produzir o texto alternativo.

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