O submarino nuclear brasileiro deverá ser desenvolvido com transferência de tecnologia francesa a partir de um acordo em discussão entre os dois países, informou nesta segunda-feira o Ministério da Defesa. Em nota oficial, o ministério acrescentou que a parte não nuclear do submarino, como o casco e os sistemas eletrônicos, deverão ser baseadas no submarino convencional francês Scorpene. No início do mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega francês Nicolas Sarkozy se reuniram na Guiana Francesa e trataram de questões de defesa. Sarkozy acenou a Lula com a possibilidade de fabricação de um submarino Scorpene no Brasil e disse que considera a transferência de tecnologia militar para a construção de caças e helicópteros, sem mencionar tecnologia nuclear. O Ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que o submarino nuclear terá reator produzido com tecnologia brasileira, desenvolvida no centro de pesquisa da Marinha, em Iperó (SP). "Tanto o propulsor do submarino quanto o combustível nuclear são de tecnologia da Marinha Brasileira", afirma a nota da Defesa. Jobim descartou que a empresa binacional a ser criada por Brasil e Argentina para desenvolver reatores nucleares atenda a construção do submarino nuclear brasileiro. "(A empresa) é apenas para produção de energia", disse Jobim na nota. O projeto do submarino terá 130 milhões anuais do governo, pelo prazo de oito anos, para a conclusão do reator.