Supremo deve deixar Lava Jato no Paraná, diz novo secretário

Deputado Fernando Francischini (SDD), que vai assumir pasta da Segurança Pública do Estado, defende que processos decorrentes da operação permaneça na Justiça paranaense

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Brasília - Anunciado nessa quarta-feira, 3, como novo secretário de Segurança Pública do Paraná, o deputado federal oposicionista Fernando Francischini (SDD) promete usar sua nova função para ajudar a Justiça paranaense a continuar tocando os processos decorrentes da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de desvios na Petrobrás com a participação de algumas das maiores empreiteiras do País. "Esperamos que o ministro Teori Zavascki acompanhe a opinião pública brasileira, que confia no trabalho do juiz Sérgio Moro para levar a apuração da Lava Jato até o fim", disse Francischini em referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) incumbido de relatar o caso e ao juiz da primeira instância que está conduzindo os processos. Desde que a Lava Jato foi deflagrada, em março, há especulações sobre sua transferência da primeira instância para o STF por causa de menções a congressistas, que têm direito a foro privilegiado. Nessa terça-feira, 2, Zavascki revogou a prisão preventiva do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, suspeito de receber propinas. A prisão havia sido determinada pelo juiz Moro, da 13ª Vara Criminal de Curitiba. A decisão de Zavascki fez com que as especulações sobre a transferência do caso para Brasília voltasse a ser assunto das rodas de conversa entre autoridades e políticos atentos ao caso. Delegado da Polícia Federal, Francischini é líder do partido oposicionista Solidariedade na Câmara dos Deputados e tem sido um dos principais críticos do governo Dilma dentro do Congresso. Na CPI que investiga a Petrobrás, ele foi autor de requerimentos de convocações que desagradaram o governo. No novo cargo, que deve assumir em 1º de janeiro, ele promete manter o tom das críticas, usando inclusive mensagens jocosas. Ao receber a confirmação de sua indicação para a Secretaria de Segurança Pública, por exemplo, ele tinha sobre a mesa de seu gabinete a réplica de um produto da Petrobrás com uma sátira ao governo: "Lubrax - lubrifica a corrupção, caixa dois e propina", diz o rótulo.

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