Temer convoca centrais sindicais para discutir reforma da Previdência

Presidente em exercício chamou as 6 maiores entidades para encontro nesta 2ª, em Brasília, após reação ao discurso de Meirelles

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SÃO PAULO - O presidente em exercício, Michel Temer, convocou as seis maiores centrais sindicais do Brasil para uma reunião nesta segunda-feira, 16, às 15h, em Brasília. A tentativa de diálogo acontece após as entidades reagirem à primeira fala do novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre as mudanças nas regras da Previdência.

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Das seis entidades convidadas, quatro confirmaram presença: Força Sindical, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), que é ligada ao PT, e a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), ligada ao PCdoB, ainda não decidiram se vão participar do encontro. 

Ricardo Patah, presidente da UGT, disse ter receio de que a falta de diálogo que ele observava na gestão Dilma Rousseff se repita no governo Temer. "Gato escaldado tem medo de água fria", disse o sindicalista. "Temer falou em confiança quando assumiu o governo, queremos sinais de que o que foi prometido será cumprido", argumentou

Michel Temer eHenrique Meirelles em reunião em 2010 Foto: DIDA SAMPAIO/AE

O encontro é intermediado pelo deputado Paulinho da Força (SD-SP), um dos principais articulares do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, na Câmara dos Deputados. Na última sexta-feira, 13, Paulinho, entretanto, criticou o primeiro discurso de Meirelles e falou que as ideias dele eram "estapafúrdias". "Queremos saber se é um governo que vai discutir antes de encaminhar propostas, queremos um pouco de diálogo. Achamos que não é necessário fazer reforma da previdência agora", afirmou neste domingo Paulinho da Força ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado

Na manhã da sexta,o atual ministro da Fazenda citou, em coletiva de imprensa, a necessidade de reformar as regras para deixar a Previdência "autossustentável". Mais cedo, Meirelles já havia defendido uma idade mínima para as aposentadorias em entrevista à TV Globo. Por parte do governo, estão confirmadas a participação de Meirelles, do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.

CPMF.Outra proposta de Meirelles também já enfrenta resistências, de acordo com a Coluna do Estadão. O novo ministro da Fazenda não descartou a criação de um “tributo temporário” para alavancar a arrecadação. O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), disse que o governo não poderá contar com os tucanos para a recriação da CPMF. “Considero um grave equívoco falar de aumento de impostos. A pauta deve ser a drástica redução de despesas, interrompendo a gastança promovida pelo petismo. Quanto à CPMF, não contem com a bancada do PSDB para aprová-la.” / COLABOROU VICTOR MARTINS