FORTALEZA - Em sua visita a Fortaleza na tarde desta sexta-feira, 9, o presidente Michel Temer (PMDB) será cobrado pelo atraso nas obras de transposição do Rio São Francisco, que deve levar as águas do rio até o Ceará. O Estado tem rios e açudes praticamente secos e um em cada três municípios está sem estado de emergência por falta de água. A prefeitura da capital prevê adotar o racionamento no fim de janeiro.
Um "alerta máximo" publicado com destaque na imprensa local no dia da visita de Temer chama a atenção para o risco de colapso hídrico no Estado e lembra o descumprimento dos prazos para a conclusão do canal de 140 quilômetros, levando a água de Cabrobó, em Pernambuco, para a cidade cearense de Jati. "Não é a primeira vez que os prazos são descumpridos em relação a essa obra. O Ceará não poderá contar com as águas do São Francisco em 2017, caso haja qualquer negligência na abertura e nas outras fases do processo de licitação."
O documento é assinado por dez entidades, entre elas a Assembleia Legislativa do Estado e as federações da Indústria, Comércio e Agricultura do Ceará. O governador Camilo Santana (PT), que deverá receber Temer, não aparece no comunicado. O governo reabriu a licitação depois que a Construtora Mendes Junior, investigada na Operação Lava Jato, desistiu da obra.
O projeto, que começou em 2007 teve seu prazo de entrega adiado diversas vezes. A previsão inicial era que estivesse pronto em 2012.
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