O Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) investigará suposto uso da máquina pública em favorecimento à candidatura de Weslian Roriz (PSC). O desembargador Mário Machado determinou hoje o recolhimento de material de campanha que estaria sendo distribuído nos postos do programa "Nosso Pão, Nosso Leite", que fornece alimentos gratuitamente para população da baixa renda.A denúncia foi apresentada pela coligação "Novo Caminho", do candidato adversário, Agnelo Queiroz (PT). O petista pediu o recolhimento do material e a cassação do registro de candidatura de Weslian e a cassação do mandato da filha dela, a deputada federal eleita Jaqueline Roriz. De acordo com a denúncia, pessoas estavam distribuindo na chácara "Menino Jesus" santinhos de Jaqueline e Weslian, juntamente com o pão e o leite gratuito.O posto de distribuição de pão e leite mencionado funciona oficialmente numa chácara próxima ao Paranoá, região administrativa do DF. A chácara é propriedade de uma antiga militante do Roriz chamada Zoe Silva Gonzaga, segundo a campanha petista."As referidas fotografias e o vídeo documentam a existência, no local, da propaganda denunciada, bem como a entrega de material impresso de propaganda da candidata Weslian juntamente com a distribuição gratuita do pão e leite", afirma o desembargador na liminar que autorizou o recolhimento do material por um oficial de Justiça. Ele se baseou em vídeos e fotos anexados à ação pela campanha petista.Weslian tornou-se candidata ao governo do DF a uma semana do primeiro turno, em substituição ao marido, o ex-governador Joaquim Roriz, barrado pela Lei da Ficha Limpa. Ela é apoiada pelo governador Rogério Rosso, isolado em seu partido, o PMDB, que faz parte da coligação de Agnelo Queiroz. O candidato a vice na chapa petista é Thadeu Filippelli, presidente do PMDB-DF. A uma semana do segundo turno, a campanha de Agnelo apresentou 17 representações contra a campanha adversária. Weslian, em contrapartida, acionou o candidato petista quatro vezes.O advogado de Weslian, Eládio Carneiro, promete ir ao TRE-DF mais uma vez hoje pedindo a cassação do registro de candidatura de Agnelo por compra de votos. De acordo com o advogado, há provas de que militantes ligados a Agnelo distribuíram lanche durante um comício na última quarta-feira, o que configuraria captação ilícita de sufrágio. A assessoria de imprensa do candidato informou que a distribuição de lanches não partiu da campanha, e sim de uma associação de catadores de lixo.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.