Tucanos serristas desdenham Jereissati

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os tucanos que apóiam a pré-candidatura do ministro da Saúde, José Serra, a presidente desdenham os efeitos eleitorais do movimento do governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), para lançar sua própria pré-candidatura a partir de São Paulo. Alguns aliados de Serra argumentavam nesta segunda-feira que estariam presentes ao Instituto de Engenharia para ouvir a palestra de Jereissati, mas alertavam que engrossar a platéia não era sinônimo de adesão. "É sempre um prazer ouvir o Tasso, mas o problema é que não ir virou um constrangimento por conta das cobranças da família do ex-governador Mário Covas", disse, nesta segunda-feira, um cardeal do partido, ao reclamar da falta de tratamento político ao debate sucessório. De fato, até aliados de Jereissati, como a deputada Zulaiê Cobra Ribeiro (PSDB-SP), reconhecem que a "arrumação é familiar", referindo-se à iniciativa da ex-primeira-dama do Estado Lila Covas e a filha Renata em nome da candidatura preferida do ex-governador, que morreu em março. Outro expoente da ala entusiasmada com a alternativa Jereissati adverte, porém, que o pior caminho é tentar diminuir o fato político, que é relevante e se justifica por si só. "Não estamos excluindo o Serra do processo. Estamos em uma movimentação pró-Tasso, porque foi esta a vontade expressa de Covas nos últimos meses de vida", explica Zulaiê. Vice-presidente nacional da legenda e simpatizante da candidatura de Serra, o deputado Alberto Goldman (SP) disse que gostaria muito de ouvir Jereissati, mas não poderia participar da reunião por que tinha uma palestra, marcada há um mês. "Não vejo problema algum no fato de ele vir a São Paulo, mas acho que a conotação dada ao evento não me parece adequada", observou. O presidente nacional da sigla, deputado José Aníbal (SP), aplaude a iniciativa de trazer Jereissati à capital paulista. "Para o partido é bom que os nossos pré-candidatos se movimentem, que o PSDB fale e coloque suas posições", afirmou. Ele acredita que este é o novo desafio da agremiação e adverte que a construção de uma candidatura não se faz silenciosamente, nem apenas nos bastidores: "Isto envolve debate, polêmica, e o PSDB não precisar fugir disto porque não tem do que se envergonhar." O porta-voz da Presidência da República, Georges Lamazière, negou qualquer irritação do presidente Fernando Henrique Cardoso com a movimentação de Jereissati e insistiu em que o chefe tem dito que só pensa em começar a discutir candidaturas a partir de janeiro. "Mas, obviamente, isto não impede que candidatos ou políticos se movimentem em torno do assunto", afirmou.

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