BRASÍLIA - Um dia após ter o seu nome aprovado pelo Senado para vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin renunciou ao cargo de advogado da coligação eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.
O futuro ministro encaminhou o pedido de renúncia ao ministro relator das ações no TSE, Benedito Gonçalves. A renúncia de Zanin não afeta o curso dos processos. Os demais advogados envolvidos nos casos seguem na defesa da campanha petista, inclusive a esposa do futuro ministro, a advogada Valeska Zanin.
Uma das ações que Zanin deixou de advogar acusa Bolsonaro de ter cometido abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação para difundir notícias falsas, inclusive com o uso de robôs nas redes sociais,. que relacionavam Lula ao satanismo e também a organizações criminosas. O segundo processo acusa o ex-presidente de ter turbinado políticas sociais, como o então Auxílio Brasil, para fins eleitorais.
É de praxe que advogados renunciem de seus casos ao assumir o cargo de juiz. Zanin terá de repetir a medida em diversos processos, a exemplo da ação que tratá da revisão dos acordos de leniência firmados pelos empresários dos grupos J&F e JBS com os membros da extinta operação Lava Jato.
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