Os passageiros do ônibus atingido pelo avião de pequeno porte que caiu na zona oeste de São Paulo, na manhã desta sexta-feira, 7, ficaram desesperados quando perceberam o fogo na parte traseira do veículo. É o que conta a auxiliar de operações Yasmin Dias, 20, uma das passageiras do coletivo.
“A gente só começou a se desesperar porque quando teve o impacto e o ônibus parou. A gente olhou para trás e viu o fogo do avião. Aí foi que começou mesmo o desespero das pessoas, achando que o ônibus estava pegando fogo”, disse a jovem.
As duas vítimas fatais, que ficaram carbonizadas, eram os ocupantes da aeronave. Uma deles era o advogado Márcio Louzada Carpena, de 49 anos, que teria adquirido o avião no ano passado. Natural de Porto Alegre, era casado e tinha três filhos. A outra, o piloto, identificado como Gustavo Medeiros.
Entre os seis feridos, cinco deles, incluindo uma idosa, estavam dentro do ônibus na Marquês de São Vicente. Um motociclista que passava pelo local também se machucou. Todos tiveram ferimentos leves e foram atendidos.

“Todo mundo começou a gritar ‘abre a porta’, só que a gente parou em um lugar do ônibus, na parte central, que tinha uma grade do lado e não dava para abrir a porta”, conta a passageira.
Yasmin ainda relata que estava sentada depois da porta central do ônibus, que fazia a rota Terminal Barra Funda - Terminal Pirituba (linha 8500/10). “A gente estava andando normal. Quando o avião estava caindo, ninguém viu nada”, contou.
“No começo, o motorista achou que era uma placa que tinha caído ou um carro que tivesse batido. Mas o impacto foi muito forte, então o ônibus foi para frente com tudo. O motorista ainda freou o ônibus para entender o que estava acontecendo”, disse.
Leia também
Yasmin afirma que está com dores nas costas. Ela foi socorrida após o acidente, mas não chegou a ser hospitalizada. A jovem revela que o abalo emocional foi o maior dano do episódio. “Foi um momento de desespero porque a gente pensou que não ia conseguir sair”. Segundo ela, vários passageiros se juntaram para quebrar as janelas porque as portas ficaram emperradas.
O passageiro Rafael Mendes da Silva também relata que as portas ficaram travadas. “Começamos a quebrar os vidros, desesperados. Nós arrancamos a porta do ônibus”, disse ao portal g1.
O avião saiu do Aeroporto Campo de Marte, na zona norte da Capital, e seguia para Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A aeronave percorreu menos de 6 quilômetros antes do acidente, que ocorreu cerca de um minuto após decolar, segundo plataformas de monitoramento de voo consultadas pela reportagem. Ela passou por prédios e caiu a 100 metros de uma escola.
A queda do King Air F90 teria ocorrido às 07:17:59, quando foi registrado o último sinal da aeronave. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento exato em que o avião cai na avenida. Veja abaixo: