Cerca de um minuto se passou entre o momento em que o avião de pequeno porte do modelo Beechcraft King Air F90 saiu do Aeroporto Campo de Marte, na zona norte de São Paulo, e caiu na manhã desta sexta-feira, 7, no meio da Avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, na zona oeste da capital.
A aeronave percorreu menos de 6 quilômetros antes do acidente, segundo plataformas de monitoramento de voo consultadas pela reportagem. Ela passou por prédios e caiu a 100 metros de uma escola.
Duas pessoas morreram e seis ficaram feridas durante o acidente. As causas são investigadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), braço da Força Área Brasileira (FAB).
A aeronave, que tinha duas pessoas a bordo, começou a se movimentar na pista do Aeroporto Campo de Marte às 07h10 e decolou cerca de 7 minutos depois, às 07:17:01, segundo dados da plataforma de rastreamento AirNav Radar.
O avião percorreu pouco mais de 3 quilômetros em linha reta, mas não chegou a ganhar muita altitude. Logo depois, fez uma curva abrupta para a esquerda, na altura da Marginal Tietê.
A queda do King Air F90 teria ocorrido às 07:17:59, quando foi registrado o último sinal da aeronave. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento exato em que o avião cai na avenida.
As duas vítimas fatais, que ficaram carbonizadas, eram os ocupantes da aeronave. Uma deles era o advogado Márcio Louzada Carpena, de 49 anos, que teria adquirido o avião no ano passado. Natural de Porto Alegre, era casado e tinha três filhos. A outra, o piloto, identificado como Gustavo Medeiros.
Já os seis feridos, incluindo uma idosa, tiveram ferimentos leves e foram atendidos. Entre eles, está o motorista de um ônibus que estava na via no momento da queda do avião, além de outras pessoas que estariam no próprio veículo ou em um ponto de transporte público na avenida.
Como mostrou o Estadão, o Beechcraft King Air F90 envolvido no acidente foi fabricado em 1981 e tinha capacidade para oito pessoas. É um bimotor turboélice e tem cabine pressurizada, com peso máximo de decolagem de 4.967 kg. Esse avião é da família de bimotores de pequeno/médio porte de alta performance para uso executivo.
É um modelo similar ao da aeronave envolvida no acidente que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas em novembro de 2021, em Piedade de Caratinga, no interior de Minas Gerais.
O modelo usado na época era um Beechcraft King Air C90A 1984, considerado uma espécie de sucessor do avião que se acidentou nesta sexta-feira na Barra Funda. Após um ano e meio de investigação, a conclusão foi que não houve problemas mecânicos e que a tragédia que vitimou a sertaneja se deu por falha do piloto.
O avião que caiu na Barra Funda estava indo para Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. “Trata-se (o King Air F90) de um turboélice excelente, um avião próprio para fazer esse tipo de rota que ele estava se propondo a fazer”, afirma o aviador Fernando De Borthole. “Agora tem que aguardar para entender se esse acidente aconteceu por alguma falha de manutenção, operacional etc.”
