Comandante da GCM é afastado após acusação de agressão pela ex-mulher

Samara Rocha Bragantini diz ter sido agredida pelo menos três vezes, a última quando estava grávida de oito meses; reportagem não localizou Eliaze Rodella

PUBLICIDADE

Atualização:

Menos de três meses após assumir o cargo de comandante da Guarda Civil Metropolitana, Eliazer Rodella, de 56 anos, foi afastado de suas funções nesta sexta-feira, 4, segundo a Secretaria Municipal de Segurança Urbana de São Paulo. Ele é acusado pela ex-mulher, Samara Rocha Bragantini, de agredi-la pelo menos três vezes, a última quando estava grávida de oito meses do filho do casal.

PUBLICIDADE

Em nota divulgada nesta sexta-feira, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana afirmou que “em razão das acusações feitas contra o atual comandante da GCM, Eliazer Rodella, o mesmo será afastado imediatamente de suas funções”. A nota segue: “Um processo na corregedoria será instaurado para apurar as denúncias e verificar seus fundamentos. Caso as acusações sejam comprovadas, o comandante será exonerado”. A reportagem não localizou Rodella.

Samara narrou as agressões durante entrevista ao canal de YouTube “Histórias de Divórcios”, em episódio que foi divulgado em 24 de março. “Quando eu estava (grávida) de oito meses do meu filho, ele me espancou. A minha enteada estava em casa, acho que já estava com 12 anos. Minha filha tinha 1 ano e 4 meses, já ficava de pé e tudo. Ele batia minha cabeça na porta, deixou meus braços roxos, me jogou na cama com muita força”, afirmou.

Eliazer Rodella, afastado do comando da Guarda Civil Metropolitana de Sao Paulo após acusações de agressão feitas pela ex-mulher. Foto: GCM-SP

Segundo Samara, vizinhas chamaram a polícia, que chegou a ir até a casa dela. “A polícia foi lá no portão, só que aí ele ficou quietinho. Eles são covardes, né? Ficou morrendo de medo. Ali eu tive que pensar em fração de segundos. Falei: ‘Se eu sair e fizer a denúncia, como que eu vou fazer?’. Eu não tinha ninguém. Eu não sabia onde estava minha mãe, não tinha ninguém”, contou. “Não saí para atender os policiais, só com mandado judicial (eles poderiam entrar). Ficaram um tempo lá, viram o silêncio e foram embora”, narrou Samara.

Publicidade

Ela contou que após aquela agressão decidiu se separar, mas ficou mais dez anos casada para proteger os filhos. “Ele não me bateu mais, a última surra que ele me deu foi quando eu estava grávida, (mas) depois veio a violência psicológica”, contou.

Rodella assumiu o comando da GCM em 16 de janeiro, substituindo Agapito Marques, que exercia o cargo desde 2021. Ele entrou na corporação em fevereiro de 1988 e exerceu diversas funções, como comandante superintendente da Superintendência de Operações Integradas do Smart Sampa. Desde 2016 era inspetor superintendente.

Também atua como professor e coordenador da Academia de Formação em Segurança Urbana (AFSU) na Prefeitura de São Paulo desde janeiro de 2016. Já comandou diversos setores dentro da GCM, entre eles a Inspetoria Regional Ibirapuera, a Central de Telecomunicações e Videomonitoramento (CETEL), o Setor de Planejamento de Comando (SPOCMDO), e a Inspetoria de Ações Integradas (IAI). Formado em Direito, Rodella é advogado e mestre em cidades inteligentes e sustentáveis pela Universidade Uninove.

A pasta não informou quem vai comandar a GCM durante o período de afastamento dele.

Publicidade