Avião que caiu na Barra Funda, em SP, é similar ao do acidente que matou Marília Mendonça

No desastre desta sexta, duas pessoas morreram e seis ficaram feridas após a aeronave atingir a Avenida Marquês de São Vicente, uma das mais movimentadas da região; tragédia com cantora sertaneja foi em 2021

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Foto do author Ítalo Lo Re
Atualização:

O Beechcraft King Air F90, modelo do avião que caiu na manhã desta sexta-feira, 7, na região da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, é similar ao da aeronave envolvida no acidente que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas em novembro de 2021 em Piedade de Caratinga, interior de Minas Gerais.

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O modelo usado na época era um Beechcraft King Air C90A 1984, considerado uma espécie de sucessor do avião que se acidentou na Barra Funda. Após um ano e meio de investigação, a conclusão foi que não houve problemas mecânicos e que a tragédia que vitimou a sertaneja se deu por falha do piloto.

No acidente desta sexta, duas pessoas morreram e seis ficaram feridas após o avião cair na Avenida Marquês de São Vicente, uma das mais movimentadas da região. As causas do acidente serão investigadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), braço da Força Área Brasileira (FAB).

Duas pessoas morreram e ao menos outras seis ficaram feridas após o avião cair na Avenida Marquês de São Vicente, uma das mais movimentadas da região Foto: Werther Santana/Estadão

O avião que caiu nesta sexta foi fabricado em 1981 e tem capacidade para oito pessoas. É um bimotor turboélice e tem cabine pressurizada, com peso máximo de decolagem de 4.967 kg. Esse avião é da família de bimotores de pequeno/médio porte de alta performance para uso executivo.

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Os motores são fabricados pela Pratt & Whitney, com velocidade máxima de 490 km/h. O King Air 190 foi incluído na linha de aeronaves da norte-americana Beechcraft em 1979.

Já o King Air C90A 1984, onde estava Marília Mendonça, era um avião também fabricado pela Beechcraft que é considerado um sucessor da aeronave que se acidentou nesta sexta.

Conforme especialistas consultados pela reportagem, trata-se de um modelo com motores mais potentes e com melhor performance de voo. Eles destacam, porém, que as causas do acidente desta sexta ainda estão sendo apuradas e que não é possível apontar, até aqui, o que ocasionou a queda.

“Trata-se (o King Air F90) de um turboélice excelente, um avião próprio para fazer esse tipo de rota que ele estava se propondo a fazer”, afirma o aviador Fernando De Borthole. Segundo ele, os modelos da Beechcraft estão consolidados no mercado, com milhares de unidades vendidas.

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Ele destaca que, no caso da Marília Mendonça, que até já tem relatório final publicado, o acidente ocorreu por uma questão operacional, e não por falhas técnicas, segundo o Cenipa. “Agora tem que aguardar para entender se esse acidente aconteceu por alguma falha de manutenção, operacional etc.”

Entenda o acidente

O King Air F90 que caiu nesta sexta decolou do Aeroporto Campo de Marte, na zona norte, por volta das 7h15. Conforme informações iniciais, o avião caiu logo em seguida, quando o piloto tentava fazer um pouso forçado. O voo tinha como destino Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Os dois mortos, que ficaram carbonizados, eram os ocupantes da aeronave. O advogado Márcio Louzada Carpena, de 49 anos, é uma das duas vítimas da queda do avião na Barra Funda. Natural de Porto Alegre, ele era casado e tinha três filhos. Estava com ele na aeronave o piloto Gustavo Medeiros, que também não sobreviveu.

Carpena divulgou em suas redes sociais um vídeo da aeronave minutos antes de decolar. As imagens foram compartilhadas em seu perfil no Instagram.

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Os cinco feridos, entre eles uma idosa, estavam nos arredores de um ponto de ônibus na Marquês de São Vicente, onde um veículo estava estacionado. Um motociclista que passava pelo local também se machucou. Os seis tiveram ferimentos leves e foram atendidos. /COLABOROU RENATA OKUMURA

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