Amigo do advogado gaúcho Márcio Louzada Carpena há 16 anos, o empresário do ramo imobiliário Lucas Golbert tinha com ele uma reunião marcada para as 14 horas desta sexta-feira, 7, e o encontraria também em um churrasco no sábado em Porto Alegre, onde moravam.

Carpena, de 49 anos. foi uma das vítimas da queda de uma aeronave de pequeno porte na Avenida Marquês de São Vicente, em São Paulo, na manhã desta sexta.
Além dele, que era um dos dos proprietários do avião, morreu o piloto, Gustavo Carneiro Medeiros, e seis pessoas ficaram feridas.
Ainda “sem palavras” com a perda, Golbert descreveu o amigo como “um cara muito inspirador, que se empenhava em fazer as pessoas evoluírem” e que tinha “capacidade intelectual brilhante, como poucos”, disse ao Estadão.
Ele lembra de Carpena como alguém de “energia muito alta”, que sempre colocava os amigos para cima com humor, incentivos e reflexões sobre a vida, além de ser um “super pai”.
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O advogado era natural de Porto Alegre, casado e tinha três filhos. Era sócio do escritório Carpena Advogados Associados, especializado em contencioso civil, de atuação nacional.
À Rádio Gaúcha, Taíla Teloeken, sócia da Carpena Advogados, disse ser “uma perda inestimável”, definindo o colega como alguém com visão de negócios e que atuava “sempre com nível máximo de excelência”. Ao mesmo tempo, contribuía com o bom clima do ambiente de trabalho e era “uma pessoa muito querida”, relatou.
A vítima também era professor na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) desde 2002, e docente vinculado à Escola da Magistratura (Ajuris). Em seu Instagram, Carpena postava imagens de seus voos. Há quatro semanas, escreveu: “Nós, a 600 km/h!”.
O que se sabe sobre a aeronave
Segundo a advogada, o avião era novo e foi comprado por Carpena e outro sócio recentemente, após perderem o modelo anterior nas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024. A aeronave estava à disposição de profissionais do escritório nas idas a trabalho para São Paulo.
Investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em São Paulo, foram acionados para realizar a ação inicial da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PS-FEM.
O modelo era um Beechcraft King Air F 90, aeronave da família de bimotores de pequeno/médio porte de alta performance para uso executivo.
Tem motorização turboélice e cabine pressurizada com capacidade para sete passageiros em rotas domésticas. Os motores são fabricados pela Pratt & Whitney, com velocidade máxima de 490 km/h. O King Air 190 foi incluído na linha de aeronaves da norte-americana Beechcraft em 1979.