A Rodovia Castelo Branco tornou-se recordista em volume de tráfego entre as estradas paulistas. Registra também a maior incidência de congestionamentos na área de influência da capital paulista. No trecho de Barueri, sentido São Paulo, a rodovia registrou volume diário médio de 116.677 veículos em 2011, conforme a estatística mais recente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Nos dois sentidos, o tráfego diário somou 216.861 veículos em média. Os dados referentes a 2012 não estão disponíveis. No mês passado, a Castelo teve congestionamento em todos os dias úteis entre o pedágio de Itapevi e o acesso às vias Marginais, conforme boletins da concessionária. Na saída de São Paulo sentido interior, o tráfego para entre o km 15 e o km 24.O movimento nessa rodovia já é quase o dobro do registrado na Bandeirantes, que teve média de 116.854 veículos por dia contados em Caieiras no mesmo período - 59.023 no sentido capital. Ligação entre São Paulo e Campinas, a Bandeirantes liderou a contagem no volume de tráfego até a inauguração das Marginais da Castelo Branco, na região de Alphaville, em 2001. A Castelo tem também o triplo do tráfego da Rodovia dos Imigrantes, principal ligação com o litoral, que em 2011 registrou média de 70.431 veículos por dia em Piratininga, 35.917 com destino à capital. Apenas o trecho inicial da Rodovia Raposo Tavares, entre a Marginal do Pinheiros e o Rodoanel Mário Covas, em São Paulo, registra volume maior que o da Castelo na direção de São Paulo - média de 183.057 veículos/dia -, mas é considerado trânsito urbano. Exemplo. O excesso de veículos transformou a Castelo Branco em pesadelo para os motoristas. Em seis dias do mês de março, a fila de veículos se estendeu até o km 36, em Santana do Parnaíba. O engenheiro Rogério Damatto, que reside em Sorocaba e trabalha em São Paulo, antecipou a saída diária de casa para evitar o congestionamento. "Se passo o pedágio de Itapevi até 6h40, vou embora. Se atraso dez minutos, aí pode esquecer." Quando isso ocorre, ele gasta de 30 a 40 minutos para percorrer nove quilômetros - do km 34 ao km 25. Se a fila está no km 36, o tempo para vencer o congestionamento sobe para uma hora.A lentidão só alivia depois que o tráfego se dilui nas Marginais da Castelo, que apresenta quatro faixas em cada sentido. A concessionária CCR Viaoeste reconhece o problema e informou que realiza estudos para buscar uma solução. De acordo com a empresa, entre 2010 e 2011 foi identificada a necessidade de implementar uma quarta faixa entre os quilômetros 28,5 e 25,5, no sentido capital. Quando a obra estava sendo executada, ocorreram as restrições ao tráfego de caminhões na Marginal do Pinheiros (2011) e na Marginal do Tietê (2012). Nessa via, veículos pesados não podem circular entre 5 e 9 horas e das 17 às 22 horas. As medidas fizeram com que o tráfego pesado na rodovia migrasse de horário, acumulando picos entre as 7 e as 10 horas, penalizando a fluidez, de acordo com a empresa. O impacto dessas novas medidas só poderá ser analisado após a conclusão das obras da quarta faixa, segundo a CCR Viaoeste.Alça de acesso. A falta de capacidade de vias urbanas em Barueri e Osasco também interfere no trânsito da rodovia. A Avenida Rio Negro, em Barueri, não absorve todo o trânsito do trevo de Alphaville que, por sua vez, causa reflexo na Castelo. Em parceria com a concessionária, a prefeitura vai construir uma nova alça de acesso para a Avenida Tucunaré, sentido interior, e um viaduto para os veículos vindos de Alphaville-Tamboré com destino a São Paulo. As obras devem começar neste ano e vão melhorar o fluxo no trevo do km 24 da Castelo. A concessionária vai construir uma ligação entre a Marginal e a via expressa após o trevo de Alphaville. O serviço está em fase de aprovação pela Agência de Transportes do Estado de São Paulo.
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