Os criminosos que fizeram seis adultos e duas crianças reféns desde a segunda-feira, 24, numa chácara em Jacareí, no Vale do Paraíba, não pretendiam pedir dinheiro para o resgate das vítimas. De acordo com a Delegacia Seccional de Jacareí, os bandidos queriam, na verdade, utilizar o imóvel comercial de uma das vítimas, localizado no centro de São José dos Campos, município vizinho, como ponto de partida de um túnel para invadir uma empresa de transporte de valores. Seria uma estratégia parecida com a usada pelos marginais que roubaram o Banco Central, em Fortaleza, o maior assalto já ocorrido até hoje no Brasil. O túnel que já estava sendo feito pelos bandidos não foi concluído e eles acabaram fugindo. O delegado seccional de Jacareí, Tales Prado Pinto, assegurou que o grupo em nenhum momento pediu o pagamento de resgate como condição para libertar as vítimas. Segundo ele, o dono da chácara, que também foi rendido pela quadrilha, afirmou que alugou o local para os criminosos por R$ 1 mil para o período de festas. Essa versão, no entanto, ainda será investigada. Dois dos reféns conseguiram escapar e avisaram a polícia, em São José dos Campos. Policiais militares por pouco não conseguiram capturar os bandidos, não fossem as armadilhas de pregos que acabaram furando os pneus das viaturas. O policial acrescentou que os empresários são do setor de autopeças, área forte em São José dos Campos devido à presença da indústria automobilística na região. No cativeiro, foram encontrados brocas para perfurar paredes e pelo menos 34 sacos de pregos que são empregados em armadilhas para furar pneus, além de outros materiais e uma faca. Os policiais também recolheram uma motocicleta e um carro Hyundai. Os bandidos fugiram e outros três fugiram em outros três veículos.
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