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Homicídio e roubo de carro continuam a crescer em abril

Em preocupante tendência de alta, capital e Estado também registraram aumento do total de assassinatos no acumulado do ano

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O número de homicídios dolosos (quando há intenção de matar) cresceu 6,4% nos primeiros quatro meses do ano no Estado, em relação ao mesmo período de 2011, mantendo a preocupante tendência de alta já registrada em março. Foram 1.451 casos, contra 1.364 no primeiro quadrimestre do ano passado, segundo os dados divulgados ontem pela Secretaria de Segurança Pública. Além de assassinatos, cresceram os números de roubos e furtos de veículos.Na comparação apenas entre os meses de abril, o crescimento foi de 5% -377 casos agora e 360 em 2011. Na capital, o crescimento foi ainda mais expressivo, de 14,3% no quadrimestre - 45 casos a mais - e de 15,6% na comparação entre abril deste ano e o de 2011 - 14 assassinatos.A tendência de alta nos homicídios contraria análise feita no mês passado por autoridades de que março havia sido um "ponto fora da curva", quando os números apontaram aumento de 21,7% no Estado, em comparação com o mesmo período de 2011 - só na capital o crescimento foi de 79,25% na ocasião. A taxa de homicídios no Estado permaneceu pelo segundo mês consecutivo acima da linha epidêmica de 10 mortos para cada 100 mil habitantes. No ano passado, quando registrou índice de 9,9, São Paulo recebeu elogios em relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), tornando a redução dos assassinato bandeira de Geraldo Alckmin.Em relação aos roubos de veículos, o crescimento no Estado foi de 28,5% na comparação entre os meses de abril e de 20,1% no quadrimestre. Na capital, a alta foi de 25,5% e 35,4%, respectivamente. No quadrimestre, os furtos de veículos cresceram 5,1% no Estado e 8,1% na capital.Desafio. Especialista em segurança pública, o coronel da reserva José Vicente da Silva diz que é preciso um período maior para analisar a evolução dos homicídios e o mais preocupante no momento em São Paulo é o crescimento dos crimes contra o patrimônio. "Se não houver uma integração intensa das polícias, não dá para combater."Já o delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, citou vários assassinatos ocorridos nos últimos meses em que pessoas cometeram crimes aparentemente sem qualquer motivação para explicar que homicídios ocorrem independentemente da prevenção policial. Ele disse também que são necessárias leis mais rigorosas para atacar esse tipo de crime. "Se o camarada mata e sai pela porta da frente, qual mensagem passa para a população?"Sobre o aumento dos roubos de veículos, Lima disse que é um crime dinâmico, pulverizado e também são necessárias leis mais rigorosas para combatê-lo. "O receptador tem de responder pelo mesmo crime de quem rouba." O Estado procurou o comandante-geral da PM, Roberval França, que preferiu não comentar os números.

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