Polícia atinge imigrante com arma de choque na cabeça durante apreensão no centro de SP; veja vídeo

Segundo a SSP, 3 homens foram detidos por resistência durante fiscalização contra comércio irregular - 2 ficaram feridos por uso de taser; governo diz que equipamento é alternativa às armas de fogo; Prefeitura diz ter seguido a lei ao impedir a venda na rua

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Foto do author Renata Okumura
Atualização:

Dois imigrantes foram atingidos por um taser (arma de choque) durante uma ação de fiscalização realizada pela Prefeitura de São Paulo, com apoio de policiais militares, na tarde de quinta-feira, 16, para coibir o comércio irregular de vendedores ambulantes na região do Brás, centro da capital.

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Segundo a Secretaria da Segurança Pública, três homens foram presos por resistir à fiscalização e diz que o uso do taser é uma alternativa às armas de fogo (leia mais abaixo). Procurada, a gestão municipal também disse que durante fiscalização realizada com a Operação Delegada, em conjunto com a PM, os agentes enfrentaram resistência diante da determinação para que os ambulantes interrompessem a venda de materiais em via pública, conforme prevê a legislação.

A pasta disse ainda que os ambulantes do Brás são frequentemente recebidos pela equipe da subprefeitura, que orienta sobre a regularização e locais autorizados para atuação. “Em casos de apreensão, os interessados devem comparecer à sede da Subprefeitura e realizar trâmites necessários para a liberação da mercadoria.”

O Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos também está acompanhando o caso.

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Arma de choque atinge a cabeça de um senegalês

Conforme a advogada Ananda Endo do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, um senegalês foi um dos atingidos e é ex-trabalhador da região. No entanto, estava passando pelo local no momento da fiscalização.

“Ele foi atingido na cabeça, bem perto do olho, e cai ao chão. Depois, ele se levanta e leva um segundo tombo. No momento da queda, pelo efeito do choque, é chutado por um policial. Estava totalmente desarmado. Foi para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Mooca, transferido para o Hospital Vila Alpina e, em um terceiro momento, encaminhado para o Hospital São Paulo, onde realizou cirurgia para a remoção do projétil acoplado na cabeça. Ele sentiu muita dor”, disse Ananda.

Um haitiano, durante a apreensão de suas mercadorias, também foi atingido nas costas pela arma de choque. Ele foi para a mesma Upa e teve alta, posteriormente. “Também seguiu, no entanto, com dores e dificuldade para levantar”, afirmou a advogada do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos.

Segundo a SSP, houve resistência e três homens, de 26, 29 e 31 anos, foram detidos na Rua Barão de Ladário durante a ação. “Foi necessário o uso de taser e dois homens foram socorridos à UPA da Mooca”, disse a pasta.

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O caso foi registrado como lesão corporal no 8º Distrito Policial (Brás), que requisitou exames ao Instituto Médico-Legal (IML).

Polícia atinge imigrantes com arma de choque em apreensão contra comércio irregular no centro de SP. Foto: Reprodução/Vídeo obtido pelo Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos

Taser

O armamento não letal, como a taser, dispara um forte pulso elétrico que imobiliza o alvo. A corrente é transmitida por pequenas sondas que podem perfurar a roupa de um suspeito a seis metros de distância.

Por meio de nota, a SSP justifica que a PM utiliza as armas de incapacitação neuromuscular como alternativa ao uso de armas de fogo.

“O objetivo é conter pessoas que apresentem risco iminente a terceiros, aos policiais ou a si mesmas. Essas armas, consideradas de menor potencial ofensivo, interferem nos sistemas nervoso motor e sensorial, incapacitando temporariamente o indivíduo”, disse.

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Ainda de acordo com a SSP, os agentes são devidamente treinados para utilizar esses armamentos em situações específicas, como resistência ativa ou comportamento agressivo.

“As diretrizes recomendam que o policial mire em áreas grandes do corpo, como o tronco (exceto a região do coração), abdômen, coxas e pernas. O disparo na cabeça, pescoço, tórax superior ou áreas sensíveis é contraindicado devido aos maiores riscos de lesões”, completa a secretaria.