A queda do helicóptero no Morro do Tico-Tico, em Caieiras, interior de São Paulo, provocou a morte dos empresários André Feldman, de 50 anos, e Juliana Elisa Maria Feldman, de 49, na noite dessa quinta-feira, 16. Duas pessoas sobreviveram ao acidente, o piloto Edenilson de Oliveira Costa e Bethina Feldman, filha do casal, que completou 12 anos nesta sexta, 17.
Aproximadamente nove horas se passaram entre o último sinal da aeronave (20h34) e a localização das vitimas pelos socorristas e equipes da Polícia Militar, que atuaram nas buscas junto com outras autoridades. Durante todo este tempo, os dois sobreviventes permaneceram juntos, informou o tenente Maxwel de Souza, da Defesa Civil do Estado de São Paulo, em entrevista ao Estadão.

“O piloto permaneceu o tempo inteiro acolhendo a garota, dando condição de segurança e buscando dar conforto, mesmo ferido e abalado pelo acidente”, disse o tenente.
A Big Brazil, empresa na qual André Feldman era o CEO, informou no começo da noite desta sexta que Bethina está bem. Ela está hospitalizada e deve receber alta no sábado, 18. O quadro de saúde de Costa, disse a empresa, é estável e o piloto se encontrava em avaliação médica até as últimas atualizações.
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“Foi um ato heroico deste piloto. Porque a aeronave caiu à noite e eles só foram conseguir ser resgatados de manhã, por volta das 6 horas. Durante toda a madrugada, ele permaneceu ali, encontrou forças para acolher essa garota, mantê-la em segurança até serem resgatados. Foi um ato bonito da parte dele”, acrescentou de Souza.
O Morro do Tico-Tico fica em região serrana, de mata fechada e de difícil acesso. O tempo estava fechado e choveu durante toda a madrugada. “Eles viveram uma situação extrema. Ele se mostrou uma pessoa preparada, com muito equilíbrio. Não é qualquer um que passa pelo o que eles passaram”, disse o tenente.
Edenilson Costa só teria se afastado de Bethina por alguns minutos. Ele saiu para buscar ajuda, e chegou a encontrar um local onde funciona uma empresa de reflorestamento. Ele alertou às pessoas o que tinha acontecido e o resgate foi acionado. “Ele, então, retorna e fica com ela até que os socorristas pudessem chegar”, conta de Souza.
Edenilson teria relatado também que chegou a ver os pais de Bethina desfalecidos, mas não conseguia saber se estavam vivos. “Ele concentrou todas as energias para manter, tanto ele quanto a garota, vivos”, disse o tenente.
Esse trabalho feito pelo piloto, para Maxwel de Souza, foi fundamental para manter o equilíbrio emocional de Bethina, na medida do possível e dentro de todas as circunstâncias que estavam passando. “Esse foi todo o esforço que ele fez de preservar a vida dele e preservar a vida dela”.
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Para fazer o resgate, equipes do Comando da Aviação do Comando da Polícia Militar e as equipes do Helicóptero Águia, usaram o local onde foi emitido o último ponto de sinal da aeronave, e traçaram um polígono limitando a área de buscas aéreas. Eles encontraram o helicóptero em meio a uma clareira na mata que se abriu com a queda da aereonave, próxima às margens da Rodovia dos Bandeirantes.
Por terra, as equipes da Defesa Civil de Caieiras, da Defesa Civil do Estado de São Paulo, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e socorristas da concessionária CCR, responsável pela rodovia, também ajudaram nas buscas.