A queda do avião King Air F90 na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, provocou a morte do advogado Márcio Louzada Carpena, de 49 anos, e do piloto Gustavo Medeiros, na manhã desta sexta-feira, 7. A aeronave decolou do Aeroporto Campo de Marte (zona norte), às 7h17, e caiu cerca de 1 minuto depois na Avenida Marquês de São Vicente. Outras seis pessoas, que estavam em solo, ficaram feridas.
Nas redes sociais, Gustavo Medeiros informava ter estudado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), entre 1999 e 2006. Ele se formou em dois cursos de graduação na entidade no período: Ciências Aeronáuticas (1999-2002) e em Administração (2003-2006).

Em 2011, passou a integrar o quadro de funcionários da Companhia Aérea Azul, por onde permaneceu por 10 anos, até 2021. No perfil pessoal da rede social LinkedIn, o piloto informava ter tralhado por seis anos como copiloto de avião modelo E190, no qual acumulou 3.819 horas de voo, e por quatro anos como comandante do modelo de avião ATR (1.912 horas de voo), durante sua passagem pela companhia.
Em nota, a Azul lamentou a morte do ex-funcionário. “A companhia se solidariza com os familiares do piloto do voo, Gustavo Carneiro Medeiros, que já fez parte do quadro de tripulantes da empresa, de 2011 a 2021, e das demais vítimas do acidente.”
Gustavo Medeiros e Márcio Louzada eram as duas únicas pessoas no avião que caiu nesta sexta-feira. O advogado, que era proprietário do King Air, já era próximo do piloto ao menos desde o ano passado, conforme registros nas redes sociais em que ambos aparecem juntos dentro de uma aeronave, em março de 2024.
Marcio Louzada Carpena era advogado natural de Porto Alegre, sócio do escritório Carpena Advogados Associados e professor da PUC-RS. Era especializado em contencioso civil. Lucas Golbert, amigo de Carpena há mais de 16 anos, o descreveu, em relato ao Estadão, como uma pessoa animada, que colocava “os outros para cima”, inteligente e um “super pai”.
As investigações do acidente estão sendo realizadas pela Força Aérea Brasileira (FAB), via Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Agentes do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV) - órgão regional do Cenipa - estiveram na Barra Funda para fazer a chamada Ação Inicial, quando se faz o levantamento de dados necessários para o processo de investigação. Essa parte da apuração foi finalizada.
“O Cenipa informa ainda que, com a conclusão da Ação Inicial, os elementos essenciais para análise da investigação foram removidos pelos investigadores”, diz a FAB, em nota. “A investigação dessa ocorrência aeronáutica continua, com o levantamento de outras informações necessárias, a fim de identificar os possíveis fatores contribuintes”.