Rua do Itaim Bibi volta a ser alvo de falsos motoboys que roubam celular; veja vídeos

Nº de roubos na região caiu no último ano, mas índice continua alto, com média de 4 assaltos por dia; Secretaria de Segurança Pública de SP diz que tem concentrado esforços na região

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Foto do author Giovanna Castro
Atualização:

A Rua Dr. Fadlo Haidar, no Itaim Bibi, região nobre da zona sul de São Paulo, voltou a ser alvo de criminosos que se passam por motoboys para assaltar pedestres a mão armada. O foco é o roubo de celulares para realizar transações bancárias rápidas, como o Pix.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) afirma que “tem concentrado esforços para coibir os crimes patrimoniais na região” (veja mais abaixo). Apesar da queda de roubos na cidade (13,6%), a violência e as estratégias dos ladrões assustam moradores de vários bairros. Em alguns casos, a abordagem termina em morte - os latrocínios subiram 23,2% na capital.

Imagens de câmeras de segurança da startup Gabriel mostra assaltantes utilizando motocicletas e mochilas de serviço de entrega para se disfarçarem. Foto: Reprodução/Startup Gabriel

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A recente alta de roubos na rua é notada pela startup de câmeras de segurança Gabriel, que tem 18 câmeras externas no endereço. Em todo o Itaim Bibi, são 216 equipamentos. De acordo com a empresa, os assaltos aumentaram no local desde dezembro de 2024, chamando a atenção da sua equipe de inteligência.

A startup registrou seis ocorrências em que é replicada a mesma estratégia no endereço entre 1º de dezembro e 29 de janeiro. Os vídeos capturados pelas câmeras mostram roubos tanto à noite, quanto durante o dia.

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“Não tem mais hora para assaltarem aqui. As câmeras ajudam, principalmente para a polícia tentar identificar, mas os ladrões não têm medo de nada”, afirma Olavo Dias, morador da rua.

A abordagem é a mesma que dos casos que terminaram em latrocínios nos bairros de Pinheiros, na zona oeste, e na Chácara Santo Antônio, zona sul. Os criminosos circulam em motocicletas usando capacete e mochila de entrega.

Quando avistam uma possível vítima, estacionam, abordam a pessoa - que geralmente está andando pela calçada - e pedem o celular apontando uma arma.

Em seguida, os criminosos exigem a senha do celular e do e-mail da vítima, para acessar aplicativos bancários. Em poucos segundos, fogem montados nas motocicletas.

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“É muito rápido. Já soube de gente que perdeu mais de R$ 20 mil nessa brincadeira. Mas é um problema de todo o bairro e até da cidade. Não é só dessa rua”, afirma um zelador que preferiu não se identificar.

Segundo a Gabriel, os assaltantes especialistas nesse tipo de roubo têm passado a agir em bando desde o início do segundo semestre de 2024. “Costumava ser de um a três motoqueiros, mas agora eles também têm agido em bando”, diz a startup.

“Além de invasão a residências, o crime que a Gabriel mais tem auxiliado as autoridades a solucionarem com imagens e inteligência (dinâmica criminal completa e placas dos veículos) é o crime de roubo de celular”, afirma a empresa.

Em 2023, um caso na Rua Dr. Fadlo Haidar em que um homem atirou contra uma mulher que o filmava durante tentativa de assalto chamou a atenção. Ele disparou em direção a ela, que estava dentro do seu apartamento, em plena luz do dia - não houve feridos. Uma moradora disse ao Estadão, na época, que o endereço “virou a rua do assalto”.

A hipótese principal dos moradores e pessoas que trabalham na região é que a rua é visada pela proximidade com vias movimentadas, como as avenidas Santo Amaro e Brigadeiro Faria Lima, o que facilitaria a fuga. Outro ponto é que, por conta da Rua Dr. Fadlo Haidar ser de mão dupla, isso permite que os criminosos passem em um sentido mapeando o ambiente e voltem logo em outro para anunciar o assalto.

Rua Fadlo Haidar, no Itaim Bibi, já teve faixa avisando sobre monitoramento por câmeras, na tentativa de afastar assaltantes, em 2023 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Nº de roubos na região cai, mas segue em patamar alto

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que ”tem concentrado esforços para coibir os crimes patrimoniais na região, intensificando o policiamento ostensivo e preventivo e desenvolvendo ações com uso de tecnologia durante o trabalho investigativo”.

“Como resultado, o 15º DP, responsável pela área, apresentou queda de 30% nos roubos e de 16,6% nos furtos, de janeiro a novembro de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior”, aponta a pasta estadual.

Os dados da SSP mostram que o total de roubos no Itaim Bibi passou de 1.970 de janeiro a novembro de 2023, para 1.380 no mesmo período de 2024. Ainda assim, a média de assaltos por dia no bairro, considerando os dados do ano passado, é de quatro por dia.

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Com base nos registros da Gabriel, é esperada uma alta de roubos na rua nos próximos dados a serem divulgados. A startup, que tem seu maior número de clientes paulistanos na região sudoeste da cidade, também prevê alta de ocorrências nos bairros de Pinheiros, Brooklin, Vila Cordeiro, Morumbi e Jardim Ampliação.

Segundo a SSP, em todo o Estado, a Polícia Militar atua reorientando o policiamento com base nos índices criminais e denúncias da população, direcionando patrulhas para os chamados “hot spots”, áreas com maior concentração de crimes. Por isso, a pasta recomenda fazer boletim de ocorrência para qualquer caso de consumação ou tentativa de roubo.